CHAME-ME! EU ESTOU AQUI – 

Uma das coisas mais puras que existe é acompanhar o momento de oração de uma criança. Ali flui uma corrente de amor entre o coração infante e a grandiosidade divina, o que chamamos de perfeita harmonia.

Mesmo que as palavrinhas sejam proferidas no linguajar infantil, elas produzem efeito de luz e paz, que induz ao pleno aceite de Deus aos ditames de sua oração.

Raras são as crianças que não rogaram ao santo anjo do Senhor, seu zeloso guardador para, depois de bocejar, não pedir em voz alta as bênçãos sequenciais: “abença papai do céu, abença mamãe do céu, abença papai, abença mamãe, abença vovó, abença vovô…”.

O que é rezar?

Rezar é diferente de orar?

É sabido que o próprio Jesus se “retirava” para entrar em sintonia com Deus. Era uma necessidade e, Ele não abria mão de clamar ao Pai força e perseverança para cumprir seus desígnios.

Aqueles que acompanhavam Jesus, ainda sem perceber Sua grandiosa missão, também sentiram o desejo espiritual e pediram a Ele que o ensinassem a rezar.

Vigiai em oração (1 Pe 4.7) é um alerta, para não enfrentarmos esse mundo perigoso, sem nos associarmos às promessas do Senhor.

Não vejo nenhuma diferença entre orar e rezar. Ambas promovem a elevação da alma, englobando súplicas e agradecimentos, como orações de louvor e glorificação ao Criador.

Não me arrisco a realizar o mais simples procedimento, sem fazer minhas orações. Aliás, sem elas, me sinto tão fraco, que se um contratempo me impulsionar para uma ação, sem antes agradecer e entregar a Deus aquele dia, nada sai a contento.

Ao abrir os olhos, ao esticar as pernas e distender os braços, já busco a energia espiritual: “Bom dia Senhor, bom dia Senhora, bom dia natureza amiga, bom dia todos os santos e todos os anjos, bom dia papai, bom dia mamãe, bom dia todos os espíritos de luzes, bom dia todos os mentores espirituais do bem. Obrigado Senhor por mais este dia; fazei com que eu possa transformar este dia, em um dia de paz, de fé, de esperança e de resultados”.

Isso me dá a certeza de que os obstáculos e as armadilhas diárias serão enfrentados com o escudo de proteção do Senhor. Não sem luta, não sem esforço, não sem cair e levantar, não sem a convicção de que ainda tenho muito a melhorar.

Outra forma de oração que me faz muito bem é a que chamo de “Oração Viva”: é aquela que se apresenta em um sorriso de criança, em um ato de amor, em uma mão que auxilia, em um gesto de caridade, em um olhar solidário, em uma gratidão.

Aprendi que também precisamos calar quando o coração está angustiado, para poder ouvir o que Deus tem a nos dizer – é outra forma de oração.

Tão importante quanto, é procurar entender o próximo em sua própria dimensão: imagem e semelhança a Deus.  Ver, nele, o que há de melhor. Saber que ele também proferiu sua oração diária e, tal qual, tem se esforçado para o enfrentamento – com galhardia – de seus percalços.

A oração é essencial para todos nós. É somente através dela que poderemos entrar na presença de Deus e colocar as coisas em suas perspectivas certas.

Muitas vezes ficamos confusos quanto orar e agir por conta própria. Pedimos a Deus, mas não esperamos pelos resultados. Somos levados a retirar de Suas mãos e peregrinar em caminhos outros sem dar chance ao Pai de nos atender. Isso é oração sem fé.

Adote a pergunta que Jesus fez ao cego de Jericó: “Que queres que te faça?”. Tenha a coragem de responder e Ele terá a “coragem” de atender. Duvida?! Então ainda não está tão intrépido quanto pensa.

Perceba que Jesus não nos deixa “em paz”: Ele continua a nos oferecer oportunidades – “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. (João 15:7)

Puxa! Se corriqueiramente nos fossem oferecidos esses momentos de ‘sorte’ – “Que queres que te faça” e “pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”, não existiriam tantas incertezas e regulamentações como “Contramão” e “Proibido Parar e Estacionar”, em nossa caminhada terrena.

Enquanto Jesus abre o leque de opções para pedirmos o que quisermos, Ele pede a nós apenas uma: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós”.

Portanto nunca perca a capacidade de orar. Porém não esqueça que oração inclui respeito, amor, súplica e fé.

Abra o guarda-chuva da oração diária se quiser enfrentar as dificuldades com a certeza que as tempestades serão mais amenas.

Eu sei muito bem o que é se livrar do “laço do passarinheiro” e, só consegui, porque não soltei a mão de Deus.

Aonde a nossa força não chega, Deus chega!

“Chame-me!”: É o botão da campainha da “porta” que se comunica com o Senhor.

Ao fazê-lo, escutará como resposta: “Eu estou aqui”.

Carlos Alberto Josuá CostaEngenheiro e Consultor

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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