“Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.” (Mateus 5:7). À primeira vista, parece até que Jesus está fazendo uma promessa, oferecendo um prêmio àqueles que usarem de misericórdia ou se tornarem misericordiosos. Mas, na verdade, o Cristo está vendo uma realidade a se concretizar na vida daqueles que são misericordiosos. Misericordioso é aquele que tem compaixão de seus irmãos, se solidariza com a pessoa que estar passando por dificuldades. Jesus diz que, assim como essa pessoa estar sendo misericordiosa para com alguém – assim serão misericordioso para com ele. É a lei natural.
Porém, a pessoa não precisa apenas dar do que tem, mas, também, dar do que é. Não basta fazer o bem, é necessário ser bom. Uma pessoa pode fazer o bem e, no entanto, não ser boa. Tome-se por exemplo um traficante de drogas. Muitas vezes, ele faz coisas boas para um grupo de pessoas, mas não é bom, porque também pratica atos maus contra outro grupo. E, na verdade, até o “bem” que ele pratica não é um bem verdadeiro, posto que feito de forma interesseira, sempre visando algo em proveito próprio. Uma pessoa boa, ao contrário, necessariamente pratica boas ações, sempre, e sem esperar nenhuma recompensa, seja de que espécie for.
Certo é que o beneficiado pode e deve agradecer; o benfeitor, todavia, não pode nem deve esperar qualquer tipo de recompensa, sob pena de anular o bem praticado. O cristão consciente é livre de todo o desejo de recompensa ou gratidão. A sua recompensa não vem dos irmãos a quem ajudou, mas do Criador de todas as coisas. Aquele que vê em oculto, que vê o coração, e é misericordioso por excelência.
Felizes são, portanto, os misericordiosos, pois eles obterão misericórdia, porque se fizeram instrumentos de Deus, para servir bondosamente ao próximo. Juntemo-nos a eles, ou melhor, tornemo-nos um deles!
João Batista Soares de Lima – Ex secretário de Tributação e Membro da Arca da Aliança – Movimento Cristão.