AS CORES DE ABRIL – 

 

Eram elas que formavam o grupo de estrelas chamadas plêiadas. A sétima estrela do grupo é invisível. Representa uma das irmãs que casou com um homem chamado Sisypho, e, desde então, como o pobre Sisypho foi condenado a rolar eternamente uma pedra por um monte acima, ela, envergonhada, escondeu a cara.

Chega JUNHO, seguindo no cortejo duas figuras, disputando o sexto lugar. Uma é a deusa JUNO e a outra é um homem de nome JUNIO. Mas a deusa JUNO deu nome ao mês de Junho.

JUNO era a rainha do céu e esposa de Júpiter. Seu trono de ouro estava junto de seu marido. Todos os deuses lhe prestavam homenagem, quando se apresentavam no palácio de Júpiter; tinha poderes superiores e exercia domínio sobre os fenômenos celestes; produzia o trovão nas alturas, desencadeava os ventos e mandava nos astros. Gostava de passear pelos bosques sagrados, num carro puxado por pavões.

Em seguida, chega JULHO, em honra ao guerreiro e imperador Júlio César. Júlio César não só conquistou nações, fez leis célebres e escreveu livros imortais, como também emendou o calendário, que estava em estado deplorável. O tempo e os meses já não se correspondiam como antigamente; a primavera vinha em janeiro e o inverno nos meses que deviam corresponder à primavera. O mês “quintilius’ foi eliminado em sua honra, tomando o seu nome Júlio.

O oitavo mês é AGOSTO, nome derivado de Augusto, o primeiro imperador romano, última personagem da procissão pagã imaginária a que assistimos. A princípio, Augusto chamava-se Octávio e governou os romanos, com Marco Antônio e Lépido. Por fim, foi imperador, e fez muito pela glória e engrandecimento do seu magnífico império. O povo, na intenção de lhe agradar, mudou o seu nome de Octávio para Augusto, que significa “nobre”.

O oitavo mês foi escolhido para ter o nome de AGOSTO, porque era nessa ocasião que o imperador Augusto celebrava os principais acontecimentos da sua vida. Foi em Agosto que ele foi nomeado Cônsul, que acabaram as suas guerras e que conquistou o Egito. Augusto ficou na história como uma grande personagem. O seu reinado recebeu o nome de Idade de Ouro, porque ele não só trouxe paz ao mundo, farto e cansado de guerras, como também fez florescer a arte e a literatura.

Foi no reinado desse imperador poderoso que, longe, na Síria, nasceu a Criança, cujo reinado ainda não acabou e cujo nascimento criou uma época. Nunca o imperador orgulhoso pensou, quando se gabava no seu palácio, de ter encontrado Roma feita de tijolo e tê-la deixado de mármore, que existia já uma Criança que dividiria as épocas da terra e poria uma Cruz entre o reinado de Augusto e o começo de uma nova religião.

Os poetas imortais, Horácio e Virgílio, viveram nessa época. Fundaram-se, então, livrarias e construíram-se templos por toda a parte.

Veio SETEMBRO e outros meses apareceram, disfarçados, com nomes enigmáticos.

Para compreendermos o nome do mês de setembro, é necessário recordar que o primitivo calendário romano constava de dez meses e que começava em Março, sendo, portanto, Setembro, o sétimo mês. Por isso, é representado pelo número sete, em algarismos romanos, VII. Este número lia-se em latim “septen”, de onde se derivou Setembro.

Veio OUTUBRO. Para os romanos, como hoje é para os povos que lhes sucederam no continente europeu, Outubro era o mês das colheitas e vindimas. O nome provém de “octos”, que em latim é oito. Com efeito, era o oitavo mês do antigo calendário romano, passando a ser o décimo, quando Nuna, rei de Roma, fixou o princípio do ano no dia primeiro de Janeiro.

Celebravam neste mês, tanto os romanos como os gregos, muitas festividades. Em uma dessas festas era costume atirar aos poços e fontes coroas tecidas de flores e ervas, como tributo às ninfas, a quem tais festas eram consagradas. Era também o mês da colheita das frutas, cujas primícias se ofereciam às divindades.

Chegou NOVEMBRO, o nono mês, no primeiro calendário romano, e por isso lhe chamavam “November”. Contava-se que, entre as festividades e ritos religiosos mais importantes, estava o consagrado a Diana, deusa das montanhas e dos bosques. Começava com um banquete dedicado a Júpiter e com os jogos circenses, chamados assim, porque se realizavam no circo. No mesmo mês se celebravam os jogos “plebeus”, instituídos para comemorar a reconciliação de patrícios, nobres e plebeus. Eram oferecidos sacrifícios a Netuno, deus dos mares; e se faziam as festas abrumais ou do inverno, por começar na Itália o tempo chuvoso, nevoento e frio.

Finalmente, surgiu DEZEMBRO – do latim “December” de “decem”, dez – o décimo e último mês do antigo calendário romano. É representado hoje por um velho de barbas brancas, que traz brinquedos para dar às crianças no dia de Natal, 25 de dezembro

Para algumas pessoas, esse velho representa São Nicolau, que viveu no século IV e é considerado o patrono das crianças. Essa ideia teve origem numa lenda, segundo a qual São Nicolau teria feito ressuscitar três crianças que haviam sido assassinadas por um carniceiro. Dezembro é um mês característico do frio inverno nos países da Europa, e por isso o representam numa paisagem desolada, com os caminhos cobertos de neve.

 

 

 

Violante Pimentel – Escritora

Ponto de Vista

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