AS GATAS –
Uma gata branca, da raça Angorá, com um olho verde e o outro azul, entrou em nossa casa, em Nova-Cruz (RN), por livre e espontânea vontade, e lá ficou. Bem acolhida pela minha mãe, recebeu o nome de Vélvete, Passou a fazer companhia a Verinha, outra gata branca, da mesma raça, que minha mãe criava.
As duas gatas tornaram-se muito amigas e, às vezes, escapuliam para passear. Quase sempre, voltavam prenhas e se aboletavam pela casa, sem dar satisfação de suas proezas. Deram cria mais de uma vez, e os gatinhos eram disputados pelas amigas da minha mãe.
Pois bem. Certo dia, as duas gatas sumiram pela manhã, somente retornando à tardinha. Verinha entrou em casa, sozinha e assustada. No quintal, estava Vélvete, deitada ao pé do muro, completamente sem pelo, gemendo baixinho, como quem pedia socorro.
Numa cena de cortar coração, minha mãe chorou de pena da gata e também de revolta, contra quem tivera a coragem de praticar um ato tão perverso. Alguém tinha jogado água fervendo em Vélvete, tirando-lhe todo o pelo. Logo ficamos sabendo, através da empregada da vizinha, que a autora desse ato vil fora sua própria patroa. Adiantou que a mulher odiava gatos e costumava enxotar a vassouradas, qualquer um que entrasse no seu quintal. E jurava de morte todos os gatos que apareciam lá, inclusive as duas gatas da minha mãe.
Vélvete e Verinha gostavam de passear em cima do muro do quintal da nossa casa, e, uma vez por outra, pulavam para o quintal da vizinha. Voltavam correndo e apavoradas, sem ninguém saber por que. Até que a empregada da vizinha descobriu que a mulher enxotava as gatas a vassouradas. Mas, nesse dia fatídico, ao invés das vassouradas, a megera armou-se com uma panela de água fervendo, para jogar nas gatas. Verinha foi mais ágil e fugiu, mas Vélvete foi atingida.
Ao ouvir as lamentações e o choro de Dona Lia diante daquela maldade, a vizinha ainda teve o cinismo de se solidarizar com ela, mostrando-se também indignada e rogando praga a quem tivesse feito aquela maldade. Não imaginava que a sua empregada houvesse cochichado tudo com a empregada da nossa casa.
Foi um dia de juízo. A gata ficou mofina, sem aceitar comida e terminou morrendo.
Tempos depois, apareceu dormindo em cima da cisterna da nossa casa, uma gata rajada. Dona Lia logo se tomou de amores por ela e a “batizou” de Belinha. Bem alimentada, a gata vivia passeando, mas sempre voltava. Entrava, em busca de comida e gostava de dormir em cima da cisterna.
Certo dia, minha mãe a viu dormindo, novamente, em cima da cisterna, depois de ter andado sumida durante alguns dias. Carinhosamente, alisou a cabeça de Belinha e lhe falou baixinho:
“Linda de Vovó!!!”
Belinha abriu os olhos e sorriu para ela, com um sorriso aberto e expressão de felicidade. Daí por diante, sempre que minha Mãe a agradava, a gata abria um sorriso encantador.
E ai de quem ousasse duvidar disso. Ela respondia, veementemente:
“Podem acreditar! Belinha sorriu pra mim!
O cachorro que Roberto Carlos cria espera por ele no portão e lhe sorri latindo. E ele conta isso numa música… Todo mundo acredita e aplaude.
Pois, Belinha, uma pobre gata nordestina, também sorri pra mim…”
Violante Pimentel – Escritora
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