AS MARCAS DA DOR DE UM PLANETA EM CRISE –

“Não restou nada. Perdi tudo”.

Essa é a expressão mais ouvida nas regiões do Rio Grande do Sul atingida pelas enchentes, perderam a casa, os móveis, os eletrodomésticos, as roupas começar tudo novamente é a alternativa que resta.

Logo surge outro drama: o que será prioridade a partir de agora?

A casa é uma delas.

As pessoas não podem ficar no relento.

Os governos precisam construir milhares de casas.

Inadiáveis serão as novas obras de drenagem e contenção de encostas.

Obras de prevenção de desastres naturais e contenção de encostas.

Os prejuízos incalculáveis da catástrofe já levam planejadores a falarem de assuntos como o financiamento de medidas de adaptação, a preparação dos municípios para o contexto de mudanças climáticas e a construção de soluções baseadas nos contextos locais.

As tragédias causadas pelas mudanças climáticas, como as grandes inundações no Rio Grande do Sul, ainda tendem a piorar, permanecendo o ritmo atual.

Para que os impactos desses eventos climáticos não sejam tão devastadores seria necessária uma transição completa para a economia verde.

Para se promover uma transição completa para a economia verde, seria necessário algo em torno de US$ 1,3 trilhão, o que corresponde a 2% do PIB do mundo.

Números orçamentários impossíveis de serem atingidos.

Temos, ainda, a emergência climática, batendo na porta. O que ocorre no Rio Grande do Sul é uma nítida fotografia das marcas da dor de um planeta em crise.

 

 

 

Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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