AS NOSSAS MAZELAS SOCIAIS DEMONSTRADAS NA CRISE SANITÁRIA –
As políticas econômicas no país sempre foram excludentes, causando todo tipo de mazela social na construção da sociedade brasileira, desde a colonização, passando pela monarquia, que não se sustentou depois da oficialização da abolição, e inclusive na República, das feitorias a industrialização, na produção dos produtos primários para a exportação a exclusão social esteve presente como um verdadeiro viés.
O neoliberalismo implantado no mundo e no Brasil asseverou as contradições, os antagonismos, a vulnerabilidade social, e as garantias legais e constitucionais construídas ao longo dos anos, foram sendo, em nome de modernismos, de dar mais “eficiência” ao Estado com a sua redução, foram piorando o fosso que separa as classes sociais, em que pese todas as resistências realizadas.
Especialmente no Brasil, com o escravismo histórico e sua cultura que ainda insiste em perdurar, com os diminutos salários pagos, para compensar baixos investimentos tecnológicos na produção, seja no meio urbano, ou na zona rural, pois, o sucesso econômico do agronegócio brasileiro não resultou em melhorias para os assalariados rurais, que recebem uma contrapartida salarial a base do salário mínimo, sem poder de compra.
O analfabetismo, o letramento sem condições de apreciar de forma crítica um texto, as moradias insalubres, a mobilidade urbana desumana de transportes lotados, sem pontualidade e sem fiscalizações, a educação pública de baixa qualidade no ensino fundamental e médio, o SUS que não recebe recursos necessários para dar tranquilidade as famílias, a baixa capacidade nutricional da alimentação, e agora, a falta de maiorias garantias dos direitos trabalhistas fundamentais no trabalho formal estabelece um cenário de mazelas sociais.
Em face do cenário já posto, junte-se ao desemprego estrutural e de falta de uma política macroeconômica geradora de empregos e distribuição de renda, jogando a imensa maioria da população no trabalho informal, estampados nas ruas, e neste momento, vai acelerar com o trabalho remoto dos setores médios, com todas as profissões liberais, e uma legião de “concurseiros” buscando a garantia de cargos públicos nas carreiras de Estado.
Deste modo, ainda seria bastante ver os números sociais, do cadastro único dos Municípios, a renda per capita por família, os índices de desenvolvimento humano, a expectativa de vida da população, os números da previdência social urbana e rural, os numerosos programas sociais necessários e implantados, demonstram um quadro que explicita as nossas profundas diferenças sociais.
Finalmente, nesta pandemia, as filas junto a Caixa Econômica Federal – CEF de brasileiros procurando receber o auxílio emergencial em razão da pandemia, sacrificando os seus próprios funcionários de carreira, está obvio, que não foi pensado com um mínimo de planejamento o pagamento para evitar a junção de pessoas, contrariando os protocolos dos organismos de saúde, escancarando diariamente as nossas mazelas sociais.
Evandro de Oliveira Borges – Advogado
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