Ana Luíza Rabelo
As pessoas que mais amamos, geralmente, são as que procuramos conhecer melhor. São aquelas que conhecemos mais e que mais conhecem nossas próprias fraquezas. São as que nos dão os elogios mais sinceros e as críticas mais severas. São aquelas que nos suportam, nos amam e nos perdoam.
São, também, as que mais magoamos quando extravasamos nossas raivas e angústias. Machucamos, muitas vezes, sem querer e sem pensar. Sabemos o ponto exato da ferida que mais dói e nele empurramos o dedo, com pouca compaixão e muita culpa posterior.
Como acontece, na maior parte das vezes, somos perdoados. As mágoas por nós causadas são enterradas e o passado fica onde deveria estar: no passado.
Mentimos, para proteger a nós mesmos ou a eles, competimos inconscientemente, apertamos e esprememos os seres amados para que eles se tornem o que queríamos que fossem, sem pensar que os amamos como eles são, como a tentar tirar leite de pedras.
Se fôssemos mais sábios, um pouco mais, exaltaríamos estas pessoas, cuidaríamos mais, teríamos mais carinho ao dirigir-lhes as palavras. Mas somos tolos, egoístas e nos apegamos a um inexistente sentido de autopreservação. Damos as costas ao amor e levantamos nossos escudos para quem não nos impõe perigo, para aqueles que nos guardam.
Vamos guardar nossas armas, deixar de “arengas” e nos entregar com segurança e confiança àqueles que as merecem. Quanto maior a quantidade de amor e confiança que espalhamos mundo afora, maior será a que receberemos. Quanto menos julgarmos e mais amarmos, estaremos sendo pedras, base da construção de um mundo novo, que já começou e nos clama para fazermos parte dele.
Deixando inseguranças e preconceitos de lado, amaremos mais, acolheremos mais, perdoaremos mais e haverá neste planeta mais pessoas para amarmos.
Ana Luíza Rabelo – Escritora e Advogada – ([email protected])