ASNEIRAS EM SÉRIE –
A quantidade de bobagens apoiadas por parte da população me trouxe dificuldades para escolher o título desse artigo, sem ser agressivo. Mesmo assim pesquisei alguns sinônimos para “asneira” palavra originada do asno + eira. Tem também o asinum burrum, que originou o burro. Vamos aos sinônimos: besteira, bobagem, burrada, desacerto, desatino, despautério, despropósito, dislate, estultice, estupidez, inépcia, palermice, parvoíce.
O primeiro tópico a ser abordado é a questão do gênero. Quando eu falo “todos os presentes neste recinto…” embora aparentemente seja masculino inclui homens, mulheres, LGBTQIA+, enfim, não há necessidade de “todos e todas”. Da mesma forma quando eu digo “as pessoas aqui presentes”, embora feminino, inclui todo o mundo. Pasmem! estão querendo até modificar o idioma: “Linguagem de amigues”, palavras que abrangem diversos gêneros, seria uma linguagem neutra, porque há quem não se sinta nem ele, nem ela, ou seja, não é binário. Não é ele nem ela é ile. Ainda há quem defenda terminar a palavra com x, tipo queridx. Lindes, modernes, bonites… e por aí vão os absurdos.
Felizmente há quem se posicione contra essa oligofrenia. A maioria das vezes quem define o gênero não é a vogal temática, mas o artigo. Há quem use personagem apenas no feminino, mas pode ser usado no masculino – o ou a personagem, dependendo se é o ou a protagonista. O motorista termina em a, mas é masculino. O poeta termina em a, mas é masculino. Terminar em E não significa que a palavra seja neutra: o elefante, a alface. A professora Vivian Cabrelli Mansano é enfática: 1) Gênero não existe, é uma coisa socialmente construída. O que existe é sexo. 2) Gênero linguístico, gênero literário e gênero musical são coisas totalmente diferentes de “gênero”. Não faz absolutamente diferença nenhuma mudar gêneros de palavras.
No latim havia o gênero masculino, o gênero feminino e o gênero neutro. Na passagem do latim para o português o neutro se tornou masculino. Portanto não se trata de machismo, se em um ambiente estiverem 99 mulheres e apenas 01 homem, eu me refiro a todos os presentes. Todos e todas é redundante. Todos, todas e todes é simplesmente ridículo.
Algumas curiosidades da professora de português Flávia Neves:
– O feminino da palavra músico é a música. Musicista indica um estudioso ou profissional da música.
– O feminino da palavra elefante pode ser a elefanta ou a aliá. A palavra elefoa está errada.
– O feminino da palavra ladrão pode ser a ladra ou a ladrona. A palavra ladroa também é a forma feminina de ladrão, mas está em desuso.
– O feminino da palavra monstro é o monstro, um substantivo sobrecomum masculino que possui um só gênero tanto para o masculino como para o feminino: o monstro.
– O feminino da palavra javali é a javalina.
– O feminino da palavra poeta é a poetisa. Embora a poeta seja frequentemente usado, não é a forma consagrada do feminino de poeta.
– O feminino da palavra cavaleiro pode ser a amazona ou a cavaleira. Dama é o feminino de cavalheiro.
– O feminino da palavra capiau é a capioa.
– O feminino da palavra maestro é a maestrina. Embora a maestro seja frequentemente usado, não é a forma consagrada do feminino de maestro.
– O feminino da palavra charlatão pode ser a charlatã ou a charlatona.
– O feminino da palavra embaixador pode ser a embaixatriz (mulher do embaixador) ou a embaixadora (mulher que desempenha a função de embaixador).
– O feminino da palavra indivíduo é o indivíduo, um substantivo sobrecomum masculino que possui um só gênero tanto para o masculino como para o feminino: o indivíduo.
– O feminino da palavra réu é a ré.
– O feminino da palavra anjo é o anjo, um substantivo sobrecomum masculino que possui um só gênero tanto para o masculino como para o feminino: o anjo. A palavra anja está errada.
– E pasmem: O feminino da palavra presidente pode ser a presidente ou a presidenta.