AUGUSTO SEVERO, HERÓI NACIONAL –
O primeiro mártir da navegação aérea brasileira, Augusto Severo (1864 – 1902), tinha sido excelente como professor de matemática e deputado federal. Foi humanista destacado como líder abolicionista e o primeiro parlamentar signatário que permitiu a permanente instalação, em prédio público, da Academia Brasileira de Letras.
Dedicou-se à pesquisa científica e tecnológica, que o levou à França para lá provar a dirigibilidade aeronáutica. Exaltou a humanidade com o seu desejo de paz (o Pax), a Pátria entre as nações e o nosso Estado com o seu “Sistema Potyguarania”.
Segundo depoimentos, Severo era um homem alto, forte, bonito, solidário com os humildes, sempre bem-humorado e cheio de entusiasmo. Era dono de uma personalidade cativante, encantando as pessoas com sua voz de baixo profundo ou com o som melodioso de sua flauta.
Câmara Cascudo assegura: “Severo resumiu lindamente o Homem Brasileiro no fim do século XIX e nos primeiros anos do século XX”. E acrescenta: “Tive sempre medo que o Herói vencesse o Homem admirável que ele fora”. E ainda: “Um símbolo de persistência haloado de fogo sobre a Avenue du Maine”.
Na mesma linha, Gilberto Freyre constata: “Figura esplêndida que me surge de um passado ainda recente, todo vermelho do próprio sangue e não do sangue dos outros”.
O nosso herói não foi apenas reconhecido na França, onde fora glorificado o seu companheiro Santos Dumont. No país das letras, Severo, que tinha sido companheiro de Ruy Barbosa e Castro Alves, tornou-se amigo de grandes nomes como Émile Zola, além de cientistas e pesquisadores da conquista do espaço.
Os inventores do Zepelim, conscientes da contribuição do brasileiro, quando o balão veio ao Brasil (1929), mandaram desviar a rota para, em Natal, lançar sobre a estátua de Augusto Severo uma coroa de flores com os dizeres: “A Alemanha homenageia o Brasil na pessoa do seu ilustre filho”.
Quando disputava o Prêmio Deutsch (1902), perdeu a vida juntamente com o seu mecânico George Sachet. Depois, outra tragédia se abateu. Sua segunda mulher, Natália de Siqueira Corccini, a bela italiana, que, em Paris, tudo assistira, morreu de amor, suicidando-se com um tiro no coração.
Sobre o túmulo de Augusto Severo, no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, o senador Almino Afonso resumiu, em latim, a sua vida: “Sidera vincere conatus vincit mortem” (Tentou ganhar os astros, venceu a morte). Portanto, o Brasil tem o dever de torná-lo imortal.
O seu nome merece está escrito no Livro de Aço, entre os Heróis, no Panteão da Pátria e da Liberdade.
Diogenes da Cunha Lima – Advogado, Poeta e Presidente da Academia de Letras do RN
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