Aumentou para 20 o número de montanhistas desaparecidos após o rompimento de parte de uma geleira em Marmolada, nos Alpes italianos, nesse domingo (3). O acidente deixou seis mortos e nove feridos, informaram os serviços de socorro.
As operações de busca continuam. Durante a noite, as autoridades usaram aparelhos voadores não tripulados (drones), equipados com câmeras de visão noturna, para tentar localizar as pessoas que ainda se encontram perdidas.
As condições meteorológicas são determinantes para a continuidade dos trabalhos de resgate na área. O frio e as baixas temperaturas são fundamentais para que seja garantido o mínimo de segurança, já que podem ocorrer outras quedas de geleiras. Os socorristas receiam que as pessoas desaparecidas possam não ter sobrevivido devido à violência da avalanche de gelo, neve e rochas que chegou a atingir 200 quilômetros por hora após a derrocada de um serac, termo utilizado para denominar as fraturas nas geleiras.
Até o momento, o balanço de vítimas indica que morreram seis pessoas – três italianos, um cidadão tcheco, além de um homem e uma mulher cujas identidades ainda não foram apuradas.
As autoridades investigam os parques de estacionamento da área de onde partem as cabines do teleférico para Marmolada. Estão nesses parques 16 automóveis cujos proprietários não regressaram após o desastre.
O rompimento de parte da geleira ocorreu após vários dias de altas temperaturas na região, onde os termômetros atingiram os 10 graus centígrados.
A tragédia nos Alpes italianos provoca sérias reflexões sobre o aquecimento global, que está fazendo desaparecer geleiras alpinas.
De acordo com Roberto Coluci, especialistas do Centro Italiano de Investigação (CNR) fenômenos iguais podem voltar a ocorrer.
Um estudo recentemente publicado por Coluci indica que “dentro de 25 ou 30 anos o glaciar de Marmolada deixará de existir”.
“A essa velocidade provavelmente vai acontecer antes. A projeção global indica que em 2100, na melhor das hipóteses, vão desaparecer 70% das geleiras dos Alpes, e na pior, 96%.
Fonte: Agência Brasil