Os Reis Magos do universo imobiliário esqueceram a mirra, o incenso e buscam o aurum, que move a insaciável volúpia pela riqueza.
Juscelino Kubitscheck de Oliveira, José Aparecido de Oliveira, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Israel Pinheiro, Jorge Pelles, Afonso Heliodoro dos Santos, Ernesto Silva e milhares de pioneiros que ergueram a Capital do país nesta hinterlândia brasileira, dedicaram inauditos esforços em prol de Brasília.
Hoje, este centro civilizatório é a maior área tombada do mundo, inscrita na lista de bens do Patrimônio Mundial, da Unesco, graças aos ingentes esforços do arqueólogo Léon Pressouyre, professor da Universidade de Paris – Sorbonne, à época, assessor da Unesco.
Assim, em 7 de dezembro de 1987, Brasília se tornou um Patrimônio Mundial, passando a ser regida pelo Decreto nº 10.829, a regulamentar a Lei San Thiago Dantas, que trata do projeto original com expressos e rígidos compromissos do Governo Federal, único responsável pelas obrigações assumidas pela União.
O Governo do Distrito Federal é apenas cumpridor das normas legais internacionais assumidas pela União.
A capital de todos os brasileiros completou em dia 21 de abril do ano fluente os seus 60 anos de existência!
De forma aparentemente temerária são pretendidas mudanças, que alterariam o projeto original, embasador do tombamento, gerando sérias repercussões institucionais e internacionais junto a Unesco.
Quiçá, a anulação da Declaração de Bem do Patrimônio Mundial.
A propósito, recordemos o poeta Virgílio, autor dos versos de Eneida, volume III, que expressava em latim, assim: “Quid non mortalia pectora cogis Auri sacra fames” (A que não obrigas os corações humanos, ó execranda fome do ouro).
O Tempo dirá!