Brenton Harrison Tarrant, de 28 anos, foi acusado formalmente de homicídio na manhã deste sábado (16, horário local) em uma corte do Distrito de Christchurch, na Nova Zelândia. Ele é apontado como o responsável pelos tiros que mataram 49 pessoas e feriram outras 48 em duas mesquitas na sexta-feira.
Nesta primeira audiência, o australiano recebeu uma acusação pela morte de um homem cuja identidade não foi divulgada pelo juiz Paul Kellar, que manteve o anonimato da vítima para preservar sua família.
O assassino será enviado ao Supremo Tribunal em Christchurch em 5 de abril e até lá ficará detido, sem direito à fiança.
Algemado, descalço e acompanhado por dois policiais, ele permaneceu em silêncio durante toda a audiência, que não foi aberta ao público, mas olhou diversas vezes para os poucos jornalistas que receberam autorização para acompanhar o procedimento, e sorriu ao ser fotografado e filmado.
Segundo o jornal “New Zealand Herald”, o assassino fez um gesto conhecido como símbolo de supremacistas brancos com as mãos enquanto era fotografado.
O juiz determinou que todas as imagens mostrem seu rosto distorcido, para que ele não possa ser visualmente identificado.
Mais cedo, em um pronunciamento, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou que as leis sobre armas serão alteradas no país.
Ardern lembrou que o assunto já foi discutido em anos anteriores, mas afirmou que, após este caso, não é mais possível adiar uma ação. “Agora é a hora de mudar”, acrescentou, dizendo que um dos itens que busca implementar é o banimento de armas semiautomáticas.
Segundo Ardern, foram apreendidas com o assassino cinco armas, entre elas duas semiautomáticas e duas espingardas, e o homem tinha licença e comprou todas legalmente, a partir de dezembro de 2018.
A prefeita de Christchurch, Lianne Dalziel, disse que as bandeiras ficarão a meio-mastro e afirmou que o governo local ajudará com a dificuldade de fazer tantos enterros seguindo o rito islâmico de uma só vez.
O chefe do distrito de saúde de Canterbury, David Meates, disse à imprensa local que 87 pessoas com ferimentos foram ao hospital de Christchurch e que 20 delas têm ferimentos graves. Ele disse que é cedo para saber se outras pessoas irão morrer por causa de seus ferimentos, mas que há alguns casos complexos.
A primeira-ministra disse em seu pronunciamento que médicos de todo o país estão à disposição e que a Austrália também deve enviar especialistas para cuidar de feridos em estado grave, caso haja necessidade.
Fonte: G1
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