AUTOMEDICAÇÃO NA INFÂNCIA –

Um dos maiores problemas de saúde pública segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é a automedicação. Estima-se que os medicamentos são consumidos de forma imprópria, vendidos ou prescritos de forma inadequada em 50% dos casos. No Brasil, a prática da automedicação é cultural, onde os sintomas das doenças são tratados ou mascarados sem prescrição médica. As pessoas compartilham os medicamentos e até dividem e utilizam sobras das prescrições com pessoas do círculo social e outros membros da família.

São muitos os fatores que contribuem para isso: o uso por conta própria; a venda livre nas farmácias e, às vezes, até com preço promocional, o que faz com que muita gente compre o medicamento sem saber para que serve e, muito menos, se pode tomar. Geralmente, os remédios em promoção ficam em lugares bem visíveis, no entanto, algumas informações necessárias não estão expostas, como por exemplo: se contêm corante, se há alguma restrição, dentre outras.

Como as políticas públicas de uso racional de medicamentos são poucas, as crianças são as mais vulneráveis à intoxicação. Elas terminam encontrando os medicamentos dentro de caixas, em cima de pias, em gavetas sem chave, dentre outros locais de fácil acesso, além do mais, já existe no mercado farmacêutico medicamentos na forma de goma de mascar, que se assemelha a jujuba, isso impulsiona a criança a usar várias e não seguir a prescrição, podendo ocasionar um mascaramento da doença ou algo até mais grave. Embora essa seja a apresentação do medicamento, o uso indevido pode acarretar a intoxicação. Outras formas se assemelham a confetes, chamando ainda mais a atenção da criança. Já houve relato de crianças que colocaram o Sal de Fruta, que é um antiácido, na fruta, pelo fato do nome ser sugestivo.

Estudos relatam que os pais automedicam as crianças com os mesmos medicamentos que se automedicam. É importante que o médico informe que a patologia pode ser até a mesma, mas, a medicação utilizada na terapêutica pode ser diferente. O que faz bem para um pode não servir para o outro. Essa prática, pode dificultar o diagnóstico, mascarar os sintomas e alterar os sinais. Nesse contexto, o papel do farmacêutico é orientar e conscientizar o usuário, reduzindo erros referentes a posologia dos medicamentos, evitando assim erros e facilitando o prognóstico da criança.

A Casa Durval Paiva dispõe de assistência farmacêutica para que a criança fora do hospital, em tratamento domiciliar, possa seguir sem intercorrências, sem problemas relacionados a terapêutica medicamentosa e obtenha a cura, seguindo rigorosamente a prescrição médica. Aos acompanhantes a orientação é de que a posologia de ser seguida corretamente, evitando consequências graves e prevenindo a automedicação.

 

 

 

Isabelle Resende – Farmacêutica da Casa Durval Paiva, CRF2541

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