Autoridades visitaram nessa terça-feira (19) um trecho no bairro Lagoa Nova, na Zona Sul de Natal, que tem sido motivo de preocupação de moradores e comerciantes da região nos últimos meses.
A localidade em questão fica na Avenida Jaguarari, entre as avenidas Nascimento de Castro e Nevaldo Rocha, e conta com a presença de pessoas em situação de rua.
Moradores e comerciantes têm relatado constantes assaltos, arrombamentos a imóveis, aumento no tráfico de drogas e também de usuários de drogas, além de de furtos de fiação.
O objetivo da ação nesta terça-feira foi encontrar uma solução integrada para atender e abrigar as pessoas em situação de rua que vivem naquele espaço, assim como também dar segurança diante dos relatos de crimes na região. Uma nova reunião foi marcada para a quinta-feira (21).
Uma comerciante da região, que preferiu não se identificar, contou que teve o estabelecimento roubado 17 vezes e que a situação tem interferido no dia a dia dos trabalhadores.
“Muitos comerciantes desistiram de investir na região. E quem está aqui sofre com abadono, com os roubos e assaltos diariamente. Eu sou vítima desse acontecimento. Já roubaram o meu estabelecimento 17 vezes” contou.
“A situação é muito deprimente. Ultimamente eu senti um pouco mais de ânimo, vendo as autoridades agindo mais um pouco”, completou.
O encontro contou com representantes da prefeitura de Natal, do governo do RN, da Fecomércio e uma assessoria jurídica para pessoas em situação de rua.
O secretário adjunto da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), Saullo Spinelly, explicou que o grupo tenta fazer inicialmente “diagnóstico geral” para buscar soluções em seguida.
“Com esse diagnóstico, vamos tomar medidas a médio e longo prazo. Essa é a de curto prazo. Pra que depois a gente possa encaminhar o que é responsabilidade da saúde, o que é responsabilidade da assistência. E o ator da segurança pública vem logo depois dessas duas vertentes”, disse.
O secretário disse que há vagas para atendimentos nas unidades de saúde para as pessoas em situação de rua que desejam receber, assim como vagas no albergue municipal.
A assessora jurídica do Movimento Nacional da População de Rua, Clarice Maia, contou que o albergue tem apresentado problemas recorrentes, como a presença de percevejos, o que tem afastado as pessoas em situação de rua do abrigo.
“Como a gestão pública diz que oferece o serviço, mas oferece nessas condições?”, questionou.
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do RN, Coronel Francisco Araújo, disse que busca uma ação integrada com a prefeitura para reduzir os índices de violência no local.
“Nós estamos pedindo apoio à prefeitura municipal para fazer a limpeza no local, a iluminação desse ambiente, e a possibilidade de fazer um asfalto aqui, porque já tem a possibilidade de construção do lado de um supermercado”, contou.
O vice-presidente da Federação do Comércio do RN (Fecomércio), Gilberto Costa, explicou que as lojas localizadas no trecho sofreram prejuízos, mas que viu uma melhoria da situação nos últimos dias, com a maior presença de autoridades.
“A maioria das lojas ali na Nevaldo Rocha foram arrombadas e levaram praticamente tudo. Isso tem causado um prejuízo muito grande pro comércio, que já está com dificuldade nas vendas, mas com uma situação dessa piora ainda mais”, disse.
“Nós achamos que tem que haver uma certa repressão, controle, porque praticamente sabe quem são as pessoas que estão fazendo esse roubo”, completou.
Fonte: G1RN
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