Galinhas caipiras são criadas pelo produtor — Foto: Hugo Andrade/Inter TV Costa Branca
Galinhas caipiras são criadas pelo produtor — Foto: Hugo Andrade/Inter TV Costa Branca

A criação de galinhas caipiras começou como uma aposta de Rodrigo Amorim. Um projeto que teve início em fevereiro deste ano e que deu certo. O local escolhido para instalação do galpão foi uma propriedade no Sítio Pico Branco, zona rural do município de Antônio Martins, no Alto Oeste potiguar.

“Eu trabalhei como gerente numa loja de material de construções em Mossoró, durante nove anos. Mas as portas foram se fechando na cidade e eu decidi voltar para minha terra natal. Foi aí que surgiu a ideia de criar aves. Eu comecei do zero, sem experiência nenhuma. Estudei e pesquisei muito na internet”, lembra Rodrigo.

As pesquisas ajudaram a identificar que as aves da espécie carijó eram as melhores para tocar o negócio. Segundo o avicultor, essas aves possuem dupla aptidão. Elas se destacam na produção de ovos e também podem ser usadas para o abate.

Para iniciar a atividade, Rodrigo comprou 680 aves, na Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), em Caicó – a unidade é referência na criação de aves. Atualmente, o produtor possui 480 galinhas, todas com o foco na produção de ovos caipiras.

Para chegar ao ovo caipira, o avicultor decidiu investir no sistema semi intensivo de criação. Isso significa que as aves além de ser acesso ao galpão com ração e água, também ficam livres para comer o que acham na terra.

A área externa que as galinhas têm acesso possui 8 mil m². Do lado de fora, elas também garantem alimentos como minhocas e outros organismos que contribuem na formação do ovo caipira.

“Se a galinha é criada presa numa gaiola, o ovo é um produto normal, de granja. Mas com o sistema semi intensivo a gente pode ter o controle e deixá-las livres ao mesmo tempo. Nesse sistema, o ovo é caipira”, explica.

A criação de galinhas virou negócio de família. Quem também passou a ver a criação de galinhas de outra forma foi o pai de Rodrigo, o agricultor Francisco Amorim.

Acostumado com as tradicionais criações de bovinos e caprinos na zona rural, viu que a produção de ovos pode ser uma atividade menos desgastante e mais lucrativa. “Eu acho que criar mil galinhas é mais fácil que criar uma vaca”, diz o agricultor.

A construção de toda estrutura para abrigar as galinhas e começar o negócio custou cerca de 30 mil reais. O ovo diferenciado proporcionou um retorno rápido com relação aos investimentos. Cada bandeja com 30 ovos é vendida em média a R$ 15.

Por dia, as aves produzem em média 300 ovos. As badejas são vendidas de porta em porta e também em supermercados da cidade de Antônio Martins, de outros municípios da região e até do estado vizinho da Paraíba.

A expansão do negócio está mais perto de chegar. Um novo galpão deve ser construído em breve. O local já foi escolhido e parte do material para fazer a obra também já está comprado. Os recursos virão de linhas de créditos voltadas para o homem do campo. A previsão é que até a metade de 2021, Rodrigo consiga dobrar a produção de ovos caipiras.

O trabalho desenvolvido pelo avicultor Rodrigo se tornou exemplo na região. “A atividade desenvolvida por ele (Rodrigo) serve de incentivo e modelo aqui na região para outras pessoas, pois futuramente, ele será convidado para apresentar e orientar outros homens e mulheres do campo interessados nesse sistema de criação”, comemora Altermar Bezerra, extensionista da Emater, que acompanha todo o processo de ampliação dos galpões.

“É importante a gente acompanhar e incentivar essas atividades para mostrar que é possível empreender no campo sem sofrimento, como a gente costuma ver em outras atividades tradicionais, como a pecuária. Mesmo com o preço alto do milho para a ração das galinhas, a produção de ovos tem se mostrado lucrativa e com um retorno mais rápido”, analisa o extensionista.

Fonte: G1RN

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