As homenagens a Iemanjá em Salvador acontecem desde a madrugada desse domingo (2), no Rio Vermelho. As ruas do bairro boêmio da capital baiana foram tomadas pela multidão e muita gente não esperou o amanhecer do dia 2 de fevereiro, antes mesmo do sol nascer reverenciaram a Rainha do Mar.
Por volta das 5h, uma alvorada marcou o início da celebração a Iemanjá no Rio Vermelho. A alvorada, ritual realizado pelos pescadores, ocorre em gratidão pela fartura que vem das águas salgadas.
Também durante a madrugada, só que na região do Dique do Tororó, baianos fizeram uma celebração a Oxum, orixá das águas doces.
No Rio Vermelho, baianos e turistas vestiram branco e azul, cores da Rainha do Mar, para homenageá-la. De acordo com a prefeitura de Salvador, a expectativa dos organizadores da festa é que cerca de 800 mil pessoas participem do evento neste domingo.
Este ano a festa já é patrimônio cultural de Salvador, reconhecida pela prefeitura da capital baiana, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), em um ato solene realizado na véspera da festa, no sábado (1º).
Nas religiões de matrizes africanas, Iemanjá é considerada a mãe de todos os orixás. O povo de santo marcou presença na festa, mas quem foi ao Rio Vermelho neste domingo, também viu um padre celebrando uma missa debaixo de um toldo montado por um grupo da umbanda.
O presente de Iemanjá, a orixá das águas, é uma imagem da Rainha do Mar em cima de um golfinho. O animal representa a supremacia e a força dela acima das águas.
O presente fica na Colônia de Pescadores Z1, no Largo de Santana, bairro do Rio Vermelho. Também desde a madrugada, o público se aproxima para deixar lembranças para Iemanjá. Quem preferiu deixar os presentes na colônia de pescadores enfrentou uma longa fila para se aproximar do local.
O presente principal e os demais, deixados por devotos foram levados em uma procissão marítima para o mar por volta das 16h15.
O encerramento da festa religiosa aconteceu às 18h, mas a parte profana estava prevista para enceerrar às 22h, quando os equipamentos sonoros na região vão começar a ser desligados.
Segundo historiadores, a festa começou em 1923 e era chamada de ‘Presente da Mãe d’Água’. A tradição partiu de 25 pescadores que resolveram oferecer presentes para a “Mãe das Águas”, na expectativa de que ela pudesse resolver o problema de escassez de peixes.
A tradição foi crescendo e, na década de 1950, foi oficializada como a “Festa de Iemanjá”. Desde então, todos os anos fiéis pedem à orixá fartura de peixes e mar tranquilo. A celebração é uma das principais manifestações com origem nas religiões de matrizes africanas em Salvador.
Dentre as superstições que envolvem as homenagens, está a receptividade dos presentes. Reza a lenda que, caso o presente seja encontrado na beira da praia, é porque a divindade não gostou da oferta.
Se a oferenda desaparecer no mar, é sinal de que o presente foi aceito. Nos últimos anos, são realizadas campanhas de conscientização para que as pessoas adotem presentes sustentáveis, como uma forma também de preservar o meio ambiente. Uma sugestão é oferecer flores 100% naturais.
Fonte: G1
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