Diogenes da Cunha Lima

O Brasil vive a violência contra a natureza (SAMARCO), contra as Instituições (PETROBRÁS) e contra a ética (POLITICAGEM). Um vale de lágrimas e mares de lama.

O símbolo do Brasil é o amor. E amor eterno. Pelo menos, é o que recomenda o Hino Nacional Brasileiro. Símbolo nacional é representação, com valor de magia e sedução, que merece culto, reverência. Contrário ao amor é a violência.

Aqui, há poucas décadas, ocorria violência muito raramente. Os nossos ásperos tempos estão banalizando a violência. É a nossa tragédia diária. A consciência do povo já está considerando que não é mais o desemprego, a doença, a pobreza, mas, sim, a violência o pior mal do Brasil.

É violento o ato que é feito contra a vontade de quem o suporta. A finalidade é sempre ofender, destruir, coagir. A mais covarde violência é a cometida contra as crianças, mulheres, idosos, contra os deficientes. Tem ocorrido a violência, com frequência espantosa, contra os homossexuais. O desrespeito à natureza, à sua ética e estética é também violência. A caça, que no passado foi meio de subsistência, hoje deve ser punida como crime. Os animais são indefesos quando enfrentam o homem predador.

Um capítulo especial merece a discriminação contra a mulher. É histórica. Na Grécia, o homem condenado era lapidado, morria apedrejado. Muito mais cruel era a condenação da mulher: era enterrada viva. No Brasil, as delegacias especializadas muito têm feito, muito mais é necessário fazer.

Esquecemos a lição de Sérgio Buarque de Hollanda de que a cordialidade é traço marcante do homem brasileiro. Estamos esquecendo a bela virtude brasileira da convivência, esquecemos o que é viver juntos, conviver é viver com.

Parece, sem dúvida, que o País sofre de arteriosclerose social. Os direitos e deveres de cidadania são feridos, vezes, por violência psicológica quando não física. Os cidadãos deixam as casas. Quando não colocam grades, constroem autoprisões para proteção. Fogem para os apartamentos em busca de segurança, mas os bandidos agora fazem arrastão nos apartamentos. A energia persistente da polícia não consegue conter os atos daqueles que fazem a própria lei, a transgressão como lei. Mas, quem defende a Polícia? Muitas vezes, os defensores de direitos humanos são apenas defensores de direitos humanos de bandidos.

Estou convencido de que há uma relação da tranquilidade com a educação. Educação que leva à melhoria econômica. Não é sem razão que na União Europeia, nos seus 27 Estados membros, há menos ações violentas, maior tranquilidade social. A educação leva ao bem-estar, ao respeito. Conduz ao amor. Amor, indicado para ser símbolo do Brasil.

Diogenes da Cunha LimaEscritor, Poeta e presidente da Academia de Letras do RN

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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