O Banco Central jogou ontem um balde de água fria no mercado financeiro ao indicar que pode deixar nesta quarta-feira, a taxa básica de juros estável em 14,25% ao ano ou elevá-la de forma menos ostensiva do que sinalizava até então. O mercado trabalhava com um aumento da Selic em 0,50 ponto porcentual. A mudança ocorreu depois que o presidente do BC, Alexandre Tombini, mandou seu recado ontem, logo pela manhã, com tempo suficiente para que os preços dos ativos domésticos se adequassem à possível reviravolta da primeira decisão do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic. De forma inédita, enfatizou no primeiro dia da reunião do colegiado a “rápida e pronunciada deterioração” das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Mais do que isso, informou o que parecia ser óbvio demais para constar de uma nota oficial: o comitê levará em consideração essas novas informações para decidir o rumo dos juros. A decisão do Copom será anunciada nesta quarta-feira, após o segundo dia de reunião do colegiado. O FMI divulgou que a retração econômica do País este ano será de 3,5% e haverá estagnação em 2017. O novo desenho do Fundo mostra-se mais pessimista do que a estimativa da autoridade monetária de queda de 1,9% em 2016 e que já foi altamente criticada por analistas pelo “excesso de otimismo” no fim do ano passado. Para eles, o recuo deste ano será de 2,99%, com recuperação de 1% em 2017.

Fonte: Agência do Estado

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