BARRA DE SÃO MIGUEL: FONTE DE INSPIRAÇÃO –

Recentemente tive que preparar importante texto para divulgação. Como em situações anteriores, sabia que o melhor lugar para absorver inspiração seria caminhando nas praias da Barra de São Miguel. E parece que tudo conspirava a meu favor, pois o ambiente parecia deserto, não fosse um pescador solitário que jogava, compassadamente, sua rede de arrasto.

A maré estava seca, o que me deu oportunidade de chegar bem próximo aos arrecifes e Gunga, ficando sentado, por muito tempo, pensando e imaginando quantas vezes ali estivera, sem atentar para a imensa beleza de todo o ambiente, que nunca se repete, pois, as croas, formadas pela alvíssima areia que se aglomera pela força das águas e dos ventos surgem, ali e alhures, diversificando o cenário e enobrecendo o local

A brisa leve e salgada que batia em meu rosto, fez-me entender que, o cadenciamento das pancadas das ondas nas rochas calcárias, soa como música, como oração e, até mesmo, como poesia. A espuma que me acariciava o corpo, fortalecia meu momento de reflexão, fazendo-me flutuar, não somente por entre letras e palavras que haveriam de integrar o escrito a ser pronunciado em breve, mas também sobre os episódios da vida, as pessoas amadas, que comigo continuam, e também aquelas que já se foram para a longa viagem.

O mar da Barra de São Miguel tem seus encantos, segredos e milhares de virtudes, sendo a principal delas, oferecer a seus admiradores, a certeza de que Deus existe. Assim, talvez relembrando o feito do Padre José de Anchieta, que séculos atrás, escreveu na areia o poema “da Virgem Santa Maria Mãe de Deus”, ali rascunhei a estrutura dos dizeres que haveria de proferir dias após, tendo-os passado para o papel, imediatamente, após em casa chegar.

Deixei o local feliz e consciente de que nas praias do balneário de meus encantos, para se alcançar a inspiração só é preciso parar, olhar em frente, ouvir as ondas e escrever, pois o seu mar foi concebido para sonhar e enxergar toda a doce alegria e a capacidade interior, que cada um de nós possui. Eu venero a Barra.

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *