O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (29) que pretende enviar 30 mil imigrantes presos para Guantánamo, em Cuba. O local é um dos símbolos da “guerra ao terror” travada pelos americanos há mais de 20 anos.
A área está sob controle dos Estados Unidos há mais de 100 anos e conta com uma base militar norte-americana, além de uma prisão e de um centro de operação para imigrantes.
O governo dos Estados Unidos decidiu abrir uma prisão na região após os ataques de 11 de setembro de 2001. Com isso, a base passou a receber investigados por terrorismo considerados de alta periculosidade. Ao longo do tempo, a unidade foi alvo de denúncias de tortura e abusos.
Atualmente, apenas 15 pessoas permanecem presas em Guantánamo. A prisão é alvo de um debate político intenso nos Estados Unidos há mais de 10 anos. Enquanto os democratas defendem seu fechamento, os republicanos acreditam que ela deve permanecer aberta.
Segundo a Casa Branca, os imigrantes presos seriam levados para um centro de detenção para estrangeiros. A área fica em uma parte da base separada da prisão de Guantánamo.
Desde que assumiu a presidência, em 20 de janeiro, Trump adotou uma série de medidas para combater a imigração ilegal. Em pouco mais de uma semana, programas voltados para imigrantes foram suspensos, e dezenas de pessoas que vivem no país sem autorização foram detidas.
Agora, o governo Trump fala em enviar para Guantánamo os imigrantes ilegais presos considerados criminosos perigosos. O “czar” da fronteira, Tom Homan, disse que a prisão receberá “os piores dos piores”.
Nesta reportagem você vai ver:
A Baía de Guantánamo fica no sul da ilha de Cuba. Desde o início do século 20, a região abriga uma base naval dos Estados Unidos.
A área foi entregue aos norte-americanos após um conflito entre Espanha e Estados Unidos, motivado pela intervenção americana no levante que resultou na independência de Cuba. A guerra ficou conhecida como “Hispano-Americana”.
Depois de expulsar as tropas espanholas, os Estados Unidos fecharam um acordo com Cuba para arrendar a Baía de Guantánamo para a instalação de uma base militar. A área foi oficialmente entregue em 1903, e o país se comprometeu a pagar US$ 2.000 por ano em moedas de ouro.
Na década de 1930, os dois países assinaram um tratado determinando que o arrendamento não poderia ser alterado sem um novo acordo.
A partir de 1960, o governo comunista comandado por Fidel Castro passou a recusar o pagamento e exigiu a devolução da Baía de Guantánamo. Os Estados Unidos, no entanto, não demonstraram interesse em devolver o território.
Atualmente, a base militar ocupa uma área de aproximadamente 117 km² e é autossuficiente na produção de energia elétrica e água. Navios enviados dos Estados Unidos abastecem regularmente a base com outros insumos, como alimentos.
No dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos foram alvo de um atentado terrorista sem precedentes. Aviões foram sequestrados e lançados contra as torres do World Trade Center, em Nova York, e contra o Pentágono, em Washington. Mais de 3 mil pessoas morreram.
O atentado levou o governo dos Estados Unidos, à época comandado pelo presidente George W. Bush, a declarar uma “guerra ao terror”.
Os Estados Unidos iniciaram uma caçada para responsabilizar todos os mentores do ataque, além de seus apoiadores. O país lançou uma operação para destruir o grupo terrorista Al-Qaeda e iniciou ocupações no Iraque e no Afeganistão.
Em janeiro de 2002, alguns meses após o atentado, os Estados Unidos abriram a prisão de Guantánamo. O objetivo era enviar para lá presos que eram seguidores do Talibã, no Afeganistão, ou da Al-Qaeda.
Entre os detidos enviados para Guantánamo está Khalid Sheikh Mohammed, considerado o suposto mentor dos ataques de 11 de setembro.
Ao longo de mais de 20 anos, cerca de 780 pessoas foram enviadas para a prisão de Guantánamo. Durante esse período, ativistas denunciaram uma série de abusos e violações de direitos humanos e da legislação internacional.
Os detentos também acusaram os militares de praticarem tortura. Em 2006, três prisioneiros foram encontrados enforcados em suas celas. À época, os Estados Unidos afirmaram que o episódio foi um “suicídio coordenado”. Mais tarde, no entanto, surgiram indícios de que os detentos foram mortos por agentes americanos.
Quando Barack Obama assumiu o governo no lugar de Bush, os Estados Unidos começaram a discutir o fechamento da prisão de Guantánamo. A avaliação do governo era de que a unidade representava uma vergonha para o país e fornecia argumentos para a propaganda de grupos terroristas.
Obama chegou a ordenar o fechamento da prisão, mas enfrentou resistência no Congresso. Com isso, os Estados Unidos passaram a negociar a transferência de presos para outros países. Em 2017, quando Trump assumiu o governo pela primeira vez, 41 pessoas permaneciam detidas no local.
Em janeiro deste ano, o então presidente Joe Biden determinou novas transferências. Agora, apenas 15 pessoas permanecem presas em Guantánamo — incluindo Khalid Sheikh Mohammed.
De acordo com Trump, Guantánamo irá receber os “piores estrangeiros criminosos”. O presidente disse ter tomado a decisão por uma questão de segurança nacional. Pelo menos 30 mil imigrantes detidos devem ser enviados para o local.
“Alguns deles são tão ruins que não confiamos nos países para mantê-los. Não queremos que eles voltem, então vamos mandá-los para Guantánamo”, disse.
Trump também afirmou que ordenará às autoridades federais que preparem uma estrutura em Guantánamo para receber imigrantes criminosos. Segundo a Casa Branca, um memorando sobre o tema já foi assinado.
Atualmente, o centro voltado para estrangeiros em Guantánamo ocupa uma pequena parte da base e não tem capacidade para 30 mil pessoas. O governo dos Estados Unidos justificou que o espaço será ampliado.
Após as declarações de Trump, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, disse que o governo buscará recursos no Congresso para ampliar as instalações de detenção. Já o “czar” da fronteira, Tom Homan, afirmou que a Agência de Imigração e Alfândega será responsável pela administração da instalação em Cuba.
A Casa Branca ainda não divulgou um prazo para que os imigrantes presos comecem a ser enviados para Guantánamo.
O uso da base militar para esse fim representaria um aumento significativo na capacidade dos Estados Unidos de deter pessoas que estão no país de forma irregular.
Atualmente, a Agência de Imigração e Alfândega tem um orçamento que permite a prisão de aproximadamente 41 mil pessoas, que são levadas para centros de processamento, instalações privadas e prisões locais.
Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump autorizou o uso de outras bases militares para deter crianças imigrantes. O ex-presidente Barack Obama adotou uma medida semelhante em 2014, como solução temporária para ampliar os centros de detenção familiar.
O presidente cubano Miguel Diaz-Canel chamou o plano de Trump de “um ato de brutalidade”.
Fonte: G1RN
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