O Banco Central informou, em relatório divulgado nesta quinta-feira (22), que mantém a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um crescimento de 0,5% em 2017. Além disso, estima no documento que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará abaixo de 4% neste ano.
A manutenção da estimativa de alta do PIB para este ano acontece apesar da instabilidade provocada pelas delações de executivos da J&F, que controla o frigorífico JBS, de que o presidente Michel Temer teria dado aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Mais recentemente, o empresário declarou, em entrevista à revista “Época”, que o presidente da República é o chefe “da maior e mais perigosa organização criminosa” do Brasil.
“Essa manutenção do percentual [para alta do PIB de 2017] refletiu, por um lado, resultados favoráveis de indicadores de atividade relativos aos primeiros cinco meses do ano que, se mantidos ao longo do ano, levariam a uma revisão de alta na projeção do PIB anual”, informou o BC.
“Por outro lado”, diz o documento, “a elevação do ambiente de incertezas”, inclusive sobre “a evolução do processo de reformas e ajustes na economia” pode “produzir efeitos negativos sobre a atividade, e recomendam manter a projeção anterior.”
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na última semana, o mercado financeiro previu uma alta de 0,4% para o PIB de 2017.
O Banco Central reduziu a previsão para a inflação oficial, o IPCA, para 3,8% ao final de 2017. No relatório anterior, divulgado em março, a previsão era de que a inflação oscilaria entre 3,9% e 4% neste ano.
Para 2018, a estimativa da autoridade monetária é de que a inflação oficial do Brasil ficará entre 3,9% e 4,5% – patamar um pouco abaixo da última estimativa do BC, feita em março, de que o IPCA ficaria entre 4% e 4,5% no ano que vem.
A queda nas previsões de inflação do Banco Central, com um valor abaixo meta central de 4,5% para este ano, e em linha com o objetivo central em 2018, é um indicativo de que o BC tende a manter o processo de corte dos juros básicos da economia, atualmente em 10,25% ao ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC já efetuou seis reduções seguidas na taxa Selic, sendo as últimas de 1 ponto percentual. Para o fim de 2017 e de 2018, o mercado projeta que a taxa básica de juros da economia recue para 8,5% ao ano.
*Com informações do G1