A escala das pressões para a queda da taxa básica de juros (Selic) parece não incomodar o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. Ele avaliou que as tensões são recorrentes, mas a autoridade monetária deve passar por cima dos ruídos e acompanhar o desdobramento dos fatos, sobretudo da aprovação do ajuste no Congresso Nacional. “Temos que olhar a questão das reformas e se elas vão ser implementadas. E é isso que importa para a gente. Temos de passar um pouco por cima dos ruídos”, disse.
Para Goldfajn, o mercado não questiona mais o comprometimento do BC com a convergência da inflação para a meta e sua equipe possui “credibilidade demais” para acelerar o processo de corte da taxa básica de juros (Selic). Mas ele sinalizou que a intensificação do corte de juros ocorrerá na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O presidente do BC detalhou que no último encontro do colegiado uma parte da diretoria avaliou que a queda da Selic deveria ser intensificado e outra ponderou ser melhor manter a cautela.
A prudência na redução da Selic, comentou Goldfajn, é necessária diante da piora do cenário internacional e dos desafios internos. Entretanto, ele destacou que com a ancoragem das expectativas de inflação, será possível reduzir os juros. “É um espaço que se ganha quando ancorar as expectativas. É o espaço que nos permite ter juros mais baixos sustentáveis por mais tempo”, comentou.