O presidente eleito, Joe Biden, anunciou na noite dessa quinta-feira (14) proposta de estímulo econômico destinada a impulsionar a economia e acelerar a resposta dos Estados Unidos à pandemia do coronavírus.
Biden fez campanha no ano passado com a promessa de enxergar a pandemia de forma mais séria que o presidente Donald Trump, e o pacote busca colocar essa promessa em movimento com um influxo de recursos para a distribuição da vacina contra o coronavírus e a recuperação econômica.
O democrata afirmou que a política fiscal do país se manterá estável mesmo com os novos gastos, se a população enxergar o futuro com mais perspectiva.
O pacote inclui:
- Mais de US$ 400 bilhões para reforçar a resposta ao vírus e a distribuição de vacinas contra a Covid-19.
- US$ 350 bilhões para ajudar estados e municípios a superarem os déficits orçamentários.
- Cerca de US$ 1 trilhão em auxílio direto às famílias.
- Cerca de US$ 440 bilhões para pequenas empresas e comunidades atingidas pela pandemia.
- Cheques no valor US$ 1,4 mil para os norte-americanos, superando os de US$ 600 emitidos no último pacote do Congresso.
- US$ 400 de auxílio-desemprego por semana, ante US$ 300 por semana, estendido até setembro.
O plano de Biden visa dar início a seu mandato com um grande projeto de lei que coloca em ação, de forma rápida, sua agenda de curto prazo: auxiliar a economia e controlar um vírus que matou mais de 385 mil pessoas nos Estados Unidos até esta quinta-feira (14).
Também oferece um forte contraste a Trump, que passou os últimos meses de seu governo tentando minar a vitória eleitoral de Biden em vez de concentrar-se no alívio adicional ao coronavírus. Apesar disso, Trump, que deixa o cargo na próxima quarta-feira (20), apoiou pagamentos de US$ 2 mil aos norte-americanos.
No Congresso, muitos republicanos recusaram a quantia desses pagamentos, e Biden enfrentará obstáculos semelhantes com suas propostas, embora seja auxiliado pelo fato de que seus companheiros democratas irão controlar a Câmara e Senado.
No final do ano passado, Biden afirmou que o trabalho de Trump no combate à pandemia estava “muito aquém” do necessário e prometeu vacinar 100 milhões de pessoas em seus primeiros 100 dias à frente da presidência. No discurso, ele reforçou a promessa.
Será Janet Yellen, que deverá se tornar Secretária do Tesouro, equivalente à Ministra da Economia e Finanças, quem deverá conduzir as negociações com os legisladores em nome do governo.
Embora o desemprego tenha se mantido estável em dezembro nos Estados Unidos, em 6,7%, esta é a primeira vez desde maio que a situação não melhora.
Também nesta quinta, a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e o líder democrata do Senado, Chuck Schumer, disseram que o Congresso começará a trabalhar imediatamente no pacote de estímulo do presidente.
“A estrutura de ajuda emergencial anunciada pelo próximo governo Biden-Harris hoje é a abordagem certa”, disseram Pelosi e Schumer, em um comunicado conjunto.
Momento precário
Nesta quinta-feira (14), as autoridades afirmaram que o Plano de Biden seria constituído de um pacote de socorro seguido por outro pacote de recuperação nas próximas semanas.
“Estamos em um momento muito precário para nossa economia”, disse uma das autoridades.
O plano estenderia as moratórias sobre execuções hipotecárias e despejos até setembro e incluiria financiamento para aluguel e assistência a serviços públicos.
O presidente eleito também pedirá ao Congresso que aumente o salário mínimo para US$ 15 a hora, e o pacote incluirá ajuda para combater a fome.
Os recursos relacionados ao auxílio ao coronavírus irão para um programa nacional de vacinas, testagem, investimentos para os trabalhadores fazerem a divulgação da vacina e rastreamento de contatos, e dinheiro para os Estados.
Na semana passada, o presidente democrata eleito afirmou que o pacote de estímulo estaria “na casa dos trilhões de dólares” e argumentou que mais gastos no início de seu mandato reduziriam os danos econômicos de longo prazo em razão das paralisações induzidas pela pandemia.
Ele também disse que haveria “bilhões de dólares” para impulsionar a distribuição de vacinas e dinheiro para ajudar a reabrir escolas e para governos estaduais e locais evitarem demitir professores, policiais e profissionais de saúde.
As paralisações e restrições relacionadas à pandemia custaram milhões de empregos norte-americanos.