Um tribunal na Suíça absolveu nessa sexta-feira (08/07) os ex-presidentes da Fifa, Sepp Blatter, e da Uefa, Michel Platini, em um processo de corrupção envolvendo um pagamento de 2 milhões de francos suíços (quase R$ 11 milhões) de Blatter para Platini.
O escândalo acabou, em 2015, com as ambições do ex-jogador francês de assumir a presidência da Fifa, a entidade máxima do futebol mundial e o levou a renunciar à presidência da Uefa.
“Minha luta é uma luta contra a injustiça. Ganhei um primeiro jogo”, disse Platini em comunicado.
O Tribunal Penal Federal, na cidade de Bellinzona, não seguiu o pedido do Ministério Público por 20 meses de prisão com suspensão condicional para ambos.
“Quero expressar minha felicidade a todos os meus entes queridos por a justiça finalmente ter sido feita, após sete anos de mentiras e manipulação”, acrescentou Platini, que foi banido do futebol em 2015, junto com Blatter, por um tempo inicial de oito anos devido à suposta corrupção. A pena foi posteriormente reduzida.
Os dois ex-dirigentes do futebol se declararam inocentes durante o julgamento, que decorreu de 8 a 22 de junho.
“Sempre disse que minha consciência está limpa”, disse Blatter a repórteres. “Naturalmente ninguém é perfeito, mas no caso do meu trabalho, 44 anos trabalhando na Fifa, para mim é muito importante que este caso tenha sido resolvido no mais alto nível suíço”, acrescentou o ex-dirigente, de 86 anos.
O suposto pagamento de Blatter a Platini veio à tona em 2015, depois que o Departamento de Justiça dos EUA iniciou uma investigação sobre suborno, fraude e lavagem de dinheiro na Fifa. Promotores suíços então deram início a um caso de cooperação em separado, que levou a uma investigação.
Plantini atuou como consultor técnico da Fifa, com um salário anual de 300 mil francos suíços (R$ 1,6 milhão) entre 1998 e 2002. Blatter disse ao tribunal que esse era o máximo que a Fifa podia pagar na época, devido a dificuldades financeiras. O restante do salário do Platini seria liquidado posteriormente.
O Ministério Público alegou que Platini “apresentou à Fifa em 2011 uma fatura supostamente fictícia de uma (suposta) dívida ainda existente por sua atividade como consultor da Fifa entre os anos 1998 e 2002”.
Blatter afirmou que o pagamento de 2 milhões de francos foi um “acordo de cavalheiros” entre a dupla por serviços prestados.
No entanto, os promotores alegaram que o acordo verbal para os serviços de consultoria de Platini era uma “invenção” e nunca existiu.
Uma juíza do caso disse que o acordo parecia plausível, dado o valor de mercado de Platini. A magistrada afirmou que também era plausível que Platini não precisasse do dinheiro imediatamente e que tenha esperado até 2010 para receber a verba.
Platini afirma que o incidente foi inventado para impedir sua candidatura à presidência da Fifa em 2015. “Neste caso, há culpados que não compareceram durante este julgamento. Deixe-os comigo, nos encontraremos novamente”, disse o ex-astro do futebol em um comunicado distribuído por seu advogado. “Não vou desistir e vou até o fim em minha busca pela verdade.”
Fonte: G1
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