Nunca duvide do peso da camisa do Brasil. A muralha era gigante. Giannis Antetokounmpo veio para o jogo. Bateu bola, caiu no chão, brigou. Mas o MVP da NBA e a fortíssima seleção grega pararam diante da seleção brasileira na segunda rodada da Copa do Mundo de Basquete da China: 79 a 78. Com a vitória, o Brasil não apenas derrubou um dos favoritos ao título e deixou sentado o maior jogador da atualidade. Giannis viu Varejão, Alex, Marquinhos, Leandrinho, Caboclo e Rafa Luz. O Brasil garantiu também um lugar na segunda fase, seguindo forte na briga por um lugar na Olimpíada de Tóquio 2020 como um dos dois melhores das Américas.
No triunfo sobre os gregos, a “velha guarda” foi incrível. Anderson Varejão foi um monstro tentando conter Antetokounmpo ao lado de Caboclo e Alex. E também brilhou no ataque, com um duplo-duplo e talvez sua melhor atuação pela seleção em toda sua história. Marquinhos, vindo do banco, foi o desafogo ofensivo. E Alex. Ahhh, o Alex. Aos 39 anos, fez mais um jogo impressionante nos dois lados da quadra. Leandrinho, sumido nos três primeiros períodos, também destruiu no ataque, sendo fundamental nas últimas posses de bola. No lance derradeiro, Caboclo deu o tapinha quando Sloukas errou o último dos três lances livres. Vitória!
Mais cedo, a vitória da Nova Zelândia sobre Montenegro auxiliou o Brasil. Com a vitória sobre os gregos, a seleção tem boas condições de terminar com o primeiro lugar da chave. E assim abre um caminho importante para tentar na sequência um lugar até mesmo nas quartas de final. Todos carregam as campanhas do Grupo F. É provável que o Brasil pegue Estados Unidos e Turquia, com os gregos fechando essa nova chave que classificará dois times para as quartas de final.
Brasil tira vantagem de 17 pontos
Petrovic surpreendeu e o Brasil realmente entrou mudado. Benite ganhou chance no quinteto titular. Alex começou atuando, ao lado de Rafa Luz, Anderson Varejão e sim, Bruno Caboclo sobre Antetokounmpo nas primeiras bolas. Mas as variações eram muitas, e por vezes o trio Luz, Alex e Varejão fechava o garrafão para Giannis. O problema é que Alex, principal defensor do Brasil, já tinha duas faltas no quarto com cinco minutos e o placar em 7 a 4 para os gregos. Com sete jogados, a seleção virou o jogo em bola de três de Caboclo e Varejão no garrafão: 11 a 9. A defesa do Brasil funcionava, e Didi, Huertas, Augusto Lima e Leandrinho entraram na reta final do período para manter a intensidade. Em bola de três de Printezis, a Grécia fechou na frente com 19 a 15.
Os brasileiros reclamavam muito do rigor da arbitragem. Em cesta de três e falta, Printezis voltou a colocar a Grécia na frente com 23 a 19. Giannis Antetokounmpo, também de fora do perímetro, abriu 26 a 19 e fez Petrovic parar a partida com três jogados no período. A seleção voltou com Marquinhos e em sua primeira bola ele foi para três pontos. Nos três minutos seguintes, o Brasil parou de funcionar nas duas pontas da quadra. E a Grécia castigou. Matou bola com Calathes, Papagiannis, e abriu sua maior frente com 38 a 23, parcial de 19 a 8. A margem de 15 pontos seguiu, e o Brasil sentiu o peso de um time que na verdade não tem apenas Giannis. Calathes (11 pontos, sete rebotes e duas assistências), Sloukas, Papagiannis e Printezis (14 pontos) estão na elite europeia. Marquinhos ainda diminuiu o revés para 40 a 30, um alento após um período abaixo.
Com apenas um minuto do terceiro período, o Brasil baixou a diferença para 40 a 36 com Anderson Varejão com quatro pontos e Marquinhos na bandeja no contra-ataque. A Grécia parou a partida imediatamente. Muito encaixado na defesa e com uma energia impressionante, o Brasil colou em 44 a 41. Anderson tinha 12 pontos e quatro rebotes. E arrumou uma falta ofensiva que levou Antetokounmpo para o banco. Após toco de Caboclo, Alex virou em bola para dois. A seleção tirava 15 pontos, dez só no terceiro período, e liderava por 45 a 44. A seleção não apenas manteve a ponta, como abriu seis pontos com 54 a 48. Alex era um monstro na defesa. Marquinhos aquecia a mão chegando a 12 pontos. E Varejão tinha 12. Com parcial de 26 a 12, a seleção vencia por 56 a 53.
O período decisivo começou com uma bola de três de Marquinhos. Com Alex em quadra, o Brasil tinha + 18. Sem ele, perdia por -12. Com essas estatísticas, a seleção conseguia manter a frente por 62 a 60 faltando seis minutos para o fim do duelo. Leandrinho, até então apagado, também começou a ajudar no ataque. Os cinco minutos derradeiros tinham a seleção na frente por 69 a 64. Leandrinho, em linda bola, colocou 71 a 64. O jogo ganhava em tensão. E o Brasil vencia por 73 a 71 após Calathes ir para cesta e falta depois de erro do Brasil no ataque. Mas Leandrinho deu o troco. E Varejão chegou ao duplo-duplo com 20 pontos e dez rebotes, em uma das melhores atuações da carreira pela seleção.
Assim, a seleção manteve boa margem com 76 a 71 no minuto final. Aos 48 segundos, Rafa Luz errou no ataque e cometeu a falta. Foi marcada antidesportiva. A Grécia anotou o lance livre. E empatou o jogo em bola de três de Sloukas faltando 34 segundos. Na saída de bola, Leandrinho teve o controle, infiltrou e soltou para Varejão chegar ao 22º ponto. Brasil na frente por 78 a 76 faltando 14 segundos. A Grécia teve a posse, mas desperdiçou. E Giannis fez falta em Leandrinho, sendo eliminado da partida. O ala foi para os dois lances livres. Acertou um. Mas o jogo ainda não havia acabado. Didi cometeu falta duvidosa antes do meio da quadra. Sloukas foi para três lances livres com dois segundos e o placar em 79 a 76. Sloukas acertou dois. E o Brasil teve o rebote de polêmico lance livre para vencer por 79 a 78.