EXPORTAÇÃO

A forte crise econômica e política vivida pela Venezuela derrubou o volume de exportações brasileiras para o vizinho sul-americano ao menor valor na última década. A tendência de queda começou em 2013, mas se acentuou agora. Considerando o acumulado de janeiro a julho em relação ao mesmo período de 2015, a exportação caiu 63%. Em 2008, as exportações para a Venezuela alcançaram US$ 5,2 bilhões, número que caiu para US$ 3 bilhões no ano passado. De janeiro a julho de 2016, ficaram em US$ 700 milhões, ante US$ 1,8 bilhão no mesmo período de 2015, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Para o diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, o “rebaixamento” da Venezuela no Mercosul – Brasil, Argentina e Paraguai vêm se opondo à presidência venezuelana no bloco – seria pouco sentido pelos exportadores brasileiros, porque o comércio bilateral foi perdendo força ao longo dos anos. “É sempre ruim perder um parceiro comercial, mas, neste caso, estamos quase no zero. Os empresários brasileiros não querem arriscar vender para lá porque não têm confiança de que vão receber”, afirma.

Na comparação com os países do Mercosul, a Venezuela foi o segundo principal destino das exportações brasileiras, ficando atrás apenas da Argentina, até 2015. Neste ano, perdeu participação e hoje é o país com a menor relevância para as exportações, sendo ultrapassada por Paraguai e Uruguai. Segundo Abijaodi, os poucos que ainda exportam para a Venezuela são de atividades relacionadas à alimentação, que ainda conseguem receber. Dos dez principais produtos vendidos ao vizinho, cinco são alimentos.

Mesmo assim, a desaceleração das compras da Venezuela fez com que o país perdesse o posto de principal importador de produtos do agronegócio brasileiro na América do Sul. O posto atualmente é do Chile. O setor mais afetado é o de carnes. Em relação às exportações de manufaturados, os bens mais elaborados produzidos pela indústria, a Venezuela foi o segundo principal destino das exportações brasileiras apenas em 2012, ano que aderiu ao bloco. Já em 2013, perdeu a posição para o Paraguai e hoje é o país com a menor relevância para as exportações de manufaturas.

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