SOARES JUNIOR

Francisco Soares de Lima Junior

A política de marketing responsável pela venda do turismo internacional do Brasil atingiu a marca dos 5 milhões de turistas estrangeiros em 2005 e desde então não conseguia evoluir  demonstrando que havia algo de ineficiente nas campanhas ou nas ações internacionais da Embratur.

Enquanto destinos bem menores que o Brasil cresciam a taxas bastante interessantes, o nosso fluxo internacional não conseguia avançar, mesmo sendo considerado o destino com o maior potencial natural do mundo pela Organização Mundial de Turismo.

Finalmente em 2013 se conseguiu superar a marca dos 6 milhões, com a entrada de 6.200.000 de turistas e agora, segundo o Ministério do Turismo, 2014 fechou com a entrada de 6.430.000 turistas internacionais, em decorrência da Copa do Mundo que deu um pequeno empurrão nas estatísticas.

A Argentina continua em primeiro lugar na lista de principais países emissores, com 1.743.930 turistas, seguida dos Estados Unidos com 656.801 e o Chile com 336.950. São Paulo é o maior portão de entrada por onde passaram 2.219.513 visitantes, o Rio de Janeiro é o segundo lugar na lista de receptores com 1.597.153 visitantes e registrou o maior aumento absoluto na entrada de estrangeiros, com 389.353 pessoas a mais que 2013.

Os dados fazem parte do Anuário Estatístico de Turismo 2015 do Ministério do Turismo, elaborado com base nos números da Polícia Federal. As estatísticas revelaram que 70,6% dos turistas internacionais usaram o avião como meio de transporte para chegar ao Brasil, 27,3% vieram por meio de estradas, dos países vizinhos e o restante usou a via marítima ou fluvial para se deslocar até o Brasil.

É interessante lembrar que no ranking mundial a colocação do Brasil ainda está muito distante dos destinos mais visitados, basta verificar os números revelados pela Organização Mundial do Turismo, no Relatório referente a 2013, onde os 10 países que mais receberam turistas foram: França – 84 milhões, Estados Unidos – 69,8 milhões, Espanha 0 60,7 milhões, China – 55,7 milhões, Itália – 47,7 milhões, Turquia – 37,8 milhões, Alemanha – 31,5 milhões, Reino Unido – 31,2 milhões, Rússia 28,4 e Tailândia – 26,5 milhões.

Analisando a questão do ponto de vista mundial, dos 1.087.000.000 de viajantes em 2013, 51,85% circularam pela Europa, 22,87% na Ásia, 10,16% na América do Norte, 5,14% na África, 2,79% na América Central e 2,52% na América do Sul.

O fluxo turístico mundial continua crescendo em quase todo o mundo, a uma taxa media de 3,3% ao ano, tendo sofrido retração apenas no Oriente Médio e em alguns países da América do Sul e África, os quais passam por dificuldades em função dos sistemas de governo que não garantem a devida segurança aos turistas.

Segundo o Plano Nacional de Turismo 2013/2016, o Brasil deveria atingir a meta de 7,9 milhões de visitantes em 2016, mas muito provavelmente não será possível porque a taxa de crescimento normalmente acompanha o crescimento da economia do destino.

O Brasil deveria seguir os exemplos de países vizinhos como o Chile que teve taxa de crescimento de 13,3% entre 2012 e 2013, o Peru, que cresceu 11,2% e o Equador 7,4%, diferentemente da Venezuela e Argentina, que já foram os mais importantes destinos turísticos do continente e agora se encontram com taxas negativas por conta de Governos com tendências socialistas.

Por outro lado, o Governo brasileiro não realizou as ações programadas, principalmente na área de infraestrutura para melhorar as condições de acessibilidades como as estradas interligando com alguns países vizinhos, melhoria nos principais aeroportos, portos e ferrovias. Além do mais, a crise econômica brasileira agravada com os escândalos de corrupção no governo e as expectativas da bolha na China deverão agravar ainda mais as dificuldades financeiras, adiando por mais um tempo a melhoria da nossa posição no ranking do turismo mundial.

Francisco Soares de Lima Junior – Consultor em Turismo

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