BRASIL, MULHERES E MÚSICA –

A cena musical feminina no Brasil atual registra um grande número de cantoras de variados gêneros, que frequentam a mídia sonora sob a reverência e o aplauso de um público cada vez mais atento e numeroso. Entre elas, podemos citar nomes de peso, como Rita Lee, veterana roqueira, Maria Bethânia e seu timbre marcante, Gal Costa, de voz perfeita e notável, e Simone, completando um grupo de baianas que encantam os fãs. Porém, ainda brilham Elza Soares, a “eterna”, a doce voz de Marisa Monte, o talento e o ecletismo de Alcione, a luminosa Fafá de Belém, uma energética Elba Ramalho, o vigor de Sandra de Sá, a pop/poesia de Marina Lima, a mais bela voz do Clã de Dorival, Nana Caymmi e o talento, a juventude e a especial e afinada voz de Maria Gadú. Nesta pequena relação, devemos incluir algumas importantes cantoras contemporâneas, que nos deixaram mais recentemente. Ainda temos saudade de Elis Regina, da doce voz da Bossa Nova, Nara Leão, da vigorosa Cassia Eller, das sambistas Clara Nunes, Jovelina Pérola Negra, especial compositora, Dona Ivone Lara, uma imponente e genial rainha negra, e Beth Carvalho, descobridora e madrinha de muitos nomes do samba atual.

Em nosso estado, nos vêm à lembrança os nomes de Marina Elali, Roberta Sá, Valéria Oliveira, Bruna Hetzel, Khrystal Saraiva, Camila Masiso, Nara Costa, Alzeny Nelo, Ana Tomaz, Olga Spínola, as sambistas, e versáteis, Silvana Martins, Nubilene Fernandes, Josy Ribeiro, e Andiara Freitas que, junto a tantas outras, enobrecem o cenário artístico/musical de Natal. São herdeiras das antigas estrelas do nosso rádio, aquelas que enriqueceram os palcos e auditórios com suas vozes maravilhosas: Lourdinha Lopes; Eliete Regina; Chiquinha da Sanfona, líder das Irmãs Ferreira; Valdira Medeiros, filha de Eduardo Medeiros, autor da música da Serenata do Pescador, a conhecida Praieira; as belas Marly e Zilma Rayol, irmãs do famoso Agnaldo Rayol, que cantavam na Rádio Poti. Os anos de 1960 registram a explosão de Luiza de Paula, a voz-revelação daquele momento, em Natal. O grande destaque, desde os anos 1940, sem dúvida, era Glorinha Oliveira, a eterna Rouxinol Potiguar.

No Brasil, entre os anos 1930/60, brilharam encantadoras mulheres e suas vozes especiais. A histórica Carmem Miranda; Dalva de Oliveira, inspiradora de tantas cantoras; Ângela Maria, talvez a maior do País em todos os tempos; Aracy de Almeida, a principal intérprete de Noel Rosa; Ademilde Fonseca, a potiguar cognominada Rainha do Chorinho; Carmélia Alves, a Rainha do Baião; Carmem Costa e sua potente voz; as irmãs Linda e Dircinha Batista; Emilinha Borba, rainha das músicas de Carnaval; Nora Ney; Vera Lúcia, Rainha do Rádio, em 1955; Marlene; a bela, elegante e afinada Doris Monteiro; a icônica e personalíssima Elizeth Cardoso; Lana Bittencourt; Alayde Costa; a boêmia e compositora de tantos sucessos, Dolores Duran; Isaura   Garcia; Carminha Mascarenhas; e a polêmica e esfuziante Maysa.

Completavam esse elenco nomes menos expressivos, como Ester de Abreu, Odete Amaral, Neusa Maria, Heleninha Costa, Adelaide Chiozzo, também acordeonista, Zezé Fonseca, Marion, Olivinha de Carvalho, cantora de fados, Juanita Castilho, especialista em música mexicana, Belinha Silva, em músicas folclóricas, a romântica Ellen de Lima, Violeta Cavalcanti e Rosita Gonzales.

Como ainda é, e será sempre um gênero cultivado no país, o nosso Samba tem gerado e mantido um notável elenco de cantoras, que, oportunamente, podem ser relacionadas dentro de uma abordagem específica do gênero. E entre aquelas que, fora das lembranças ou do interesse, não foram relacionadas, constam as que, individualmente, ou em conhecidas e celebradas duplas, são aplaudidas e festejadas por cantar romances, “sofrências” e outras derivações do deturpado gênero “sertanejo”.

 

 

 

 

 

 

Alberto da Hora – escritor, cordelista, músico, cantor e regente de corais

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