BRONCA NO ESCRITOR –
“Todo escritor tem suas crises de criatividade. A diferença é o modo como cada um encara essas crises.” (Márcio Vassallo – jornalista e escritor carioca).
Não sei vocês, mas fiquei com uma leve sequela da Covid-19 que chamo de “fuga de inspiração”, cujos sintomas refletem na fluidez dos pensamentos e na sequência daquilo que estou escrevendo. É como se estivesse sempre intercorrendo entre um parágrafo e outro para seguir com o texto.
Pois bem!
A poetisa e leitora assídua Heloisa Brandão passou a “vigiar” quando não publico o meu artigo às sextas-feiras no blog ‘Ponto de Vista com Nelson Freire’, e faz severas cobranças pela ansiedade da espera.
Vejam a mensagem que dela recebi:
“Ao amigo poeta das sexta-feiras. Você reservou esse dia aos leitores que esperam por suas palavras expressas nos mais diversos temas, sejam cenas urbanas, o cotidiano ou registros de acontecimentos às vezes até de forma poética. Tudo muito especial, pois a sua criatividade é grande,
Digo que a inspiração vem fácil quando o coração dita as palavras. Mais que isso, o coração manda, desmanda, ama e deixa de amar. Mas, você disse assim: “estou sem inspiração”. Será? Logo você que as palavras sobram quando começa a escrever. Escrever para você é rotina e o faz de forma bonita.
Por que faltou inspiração? Uma desculpa inaceitável! Acho que foi preguiça de pensar.
Precisa lembrar dos seus leitores que ficam órfãos de suas palavras, de suas ideias, dos seus ensinamentos, da sua cultura e da pureza de sua pessoa. Mesmo que o coração falhe ou não dite as palavras, escreva, escreva qualquer coisa para o deleite de seus leitores.
Eu também (diz Heloisa), certa vez fui desafiada a fazer um verso numa ocasião imprópria à minha criação, mas terminei escrevendo assim e chamei de DESAFIO:
Em meio a um burburinho
Veio o desafio.
Faça um verso agora. Respondeu: Preciso de inspiração
De onde vem essa tal inspiração
Chamo de entusiasmo do Criador
Mistérios da natureza
Cores dos sentimentos
Vida das coisas inanimadas
Luz dos dias tristes
Noites de festa
Utilidade aos dias mortos
Fantasmas da solidão
Voz do universo
Felicidade de viver
Sensibilidade na alma
Amor no coração
Cores da vida
E a vidas cores.”
…
E olhe que a poetisa de “Alma Nua” tinha chegado recentemente da Ásia, revestida de estilo inspirado na filosofia oriental pela busca da harmonia e do equilíbrio em sua vida. Fez estágio no maior templo hindu fora da Índia – Kuala Lumpur, na Malásia.
Louvado seja Deus que conduziu minha amiga de “Alma Nua” a despir-se ao belo e encantado mundo.
Pronto! Estou inspirado outra vez.
Saudações zen.
Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras (josuacosta@uol.com.br)
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