CADA UM COMO CADA QUAL! –
A expressão que dá título a este artigos retrata o que minha saudosa mãe sempre me dizia sobre a diferença que existe entre as pessoas. E ela arrematava com muita sabedoria: os dedos das mãos não são iguais, imagine cada uma delas. Cada qual é um planeta independente vivendo num grande universo particular, nesse contexto de multidões. O que precisa ser bem compreendido para que sejam evitadas as desavenças, muitas delas que chegam a assumir proporções inimagináveis.
Pois bem. Temos a ousadia de pensar sempre os que nos cercam como sendo parecidos conosco. Como nem sempre acontece assim, as discordâncias ocorrem e se cria um muro gigantesco que nem sempre é escalável. O que é péssimo e deixa sequelas, pois afasta corações e mentes que, noutras circunstâncias, poderiam se equalizar.
Na pandemia se pôde observar isso acontecer com mais clareza e intensidade. A convivência permanente e assídua revelou em determinados casos, certas nuances do temperamento humano que normalmente não se atentava. E que num momento de exceção como a que presenciamos, ocasionou muitos desenlaces. Pois fez sobressair a tendência de cada um impor sempre a sua verdade, sem admitir que ela não seria a única nem a mais perfeita.
Por isso algumas tragédias ocorreram nesse período de isolamento e de muita tristeza. Basta acompanhar as mídias para se sentir essa verdade. O que foi e continua sendo um fato lastimável. E que permanece ainda a nos mostrar esse outro lado perverso do atual momento que vivenciamos.
Assim tenho desejado diariamente que essa pandemia passe logo. E tenho pedido a Deus que nos livre de tantos males e que reiniciemos de fato uma vida nova após isso, para que tudo volte ao seu normal. Sem complicações desnecessárias nem contratempos evitáveis. E que voltemos juntos a entender que cada um é como cada qual.
Nelson Freire – Jornalista, editor do Blog Ponto de Vista, Economista e Bacharel em Direito