CAMARA CASCUDO FOTO ACERVO DO LUDOVICUS

“Câmara Cascudo no Museu da Língua Portuguesa” é uma Mostra inédita e interativa sobre o universo cascudiano que acontecerá de 19 de outubro a 17 de fevereiro de 2016, sendo uma das maiores já realizadas no Centro Cultural localizado na Estação da Luz, um dos mais importantes da América Latina. O projeto é realizado em parceria entre a Casa da Ribeira (RN) e Instituto Ludovicus – Casa de Câmara Cascudo (RN), através do apoio integral da família do folclorista, intelectual e etnógrafo potiguar e especialistas em sua obra

Um dos convidados para participar do evento é o diretor de cena Rafael Bicudo, responsável pela Mostra Brasileira na Quadrienal de Praga – maior evento de cenografia do mundo. Na “Expo Cascudo”, ele será o consultor na área de cenografia/expografia. Também se integrou à mostra o experiente iluminador Guilherme Bonfanti, fundador do Teatro da Vertigem de São Paulo e conhecido pelo trabalho em muitas bienais do País, incluindo a Mostra Brasil 500 Anos. Bonfanti ficará responsável pela coordenação do projeto Luminotécnico.

“Câmara Cascudo no Museu da Língua Portuguesa” começou a ganhar forma através do patrocínio via Lei Federal de Incentivo a Cultura – Lei Rouanet, dos grupos O Boticário e Grupo Marquise, além dos apoios da  Secretaria de Cultura de São Paulo, Academia Paulista de Letras, Global Editora. Com expectativa de receber 100 mil visitantes, a mostra contará com uso de tecnologia e muita interatividade, apostando em experiências que valorizem toda a diversidade registrada por Câmara Cascudo, os saberes, os sentires e suas práticas.

O recorte curatorial foi definido a partir de alguns módulos: Em “O Tempo e Eu” será abordado o autor e o homem Cascudo, e abrange a sua biografia, compreendendo o período de 1898 a 1986, com ênfase para sua produção intelectual, ficcional ou não, sua extensa rede de amizades (incluindo as correspondências com grandes intelectuais como Mário de Andrade) e as viagens de estudos que empreendeu pela África e Europa.

O segundo módulo é “Dança, Brasil”, que compreende os autos e as festas populares do Brasil. Depois segue com o módulo “A Literatura Oral e a Voz do Gesto”, que trata da literatura oral, o conto, a lenda, as adivinhações e provérbios, cantos, orações e frases-feitas que o povo se apropriou. O gesto surge como precursor da linguagem em todos os recantos do mundo.

Em “A Religião no Povo”, que abordará o sincretismo brasileiro a partir do sentimento da religiosidade popular manifestado através de bênçãos, promessas, santos tradicionais, orações, pragas, profecias, superstições, amuletos, entre outros objetos de estudo do folclorista.

Um dos módulos que promete maior desdobramento é  “Todo trabalho do homem é para sua boca”, que vai explorar a  gastronomia e a alimentação a partir do magistral estudo “História da Alimentação no Brasil” obra de Câmara Cascudo que busca de nossas origens alimentares. ““O livro é referência para muitos chefs e pesquisadores que pensam nossa gastronomia como patrimônio cultural brasileiro, então é natural que o tema ganhe as ruas em palestras, seminários, cardápios especiais e até feiras de rua”, disse Gustavo Wanderley, um dos diretores da mostra.

Para Daliana Cascudo, neta e atual presidente do Instituto que guarda o acervo do Mestre, a exposição é a realização de um antigo sonho da família. Para ela, ao falar de Cascudo, mostramos também o Rio Grande do Norte que ele tanto amou e de onde nunca quis sair, definindo-se como um ‘provinciano incurável’”.

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