CAMBRAIA, MARIA MULA MANCA E ZÉ MENININHO –

Três figuras emblemáticas marcaram época na nossa querida e pequena cidade dos três Reis Magos: o jornaleiro Cambraia, a pedinte Maria Mula Manca (MMM) e o sanfoneiro Zé Menininho.

Nas décadas de 1950 e 1960, Natal provinciana, pacata e amável, conviveu bem com seus bons e bem aceitos moradores, com destaque para: Cambraia, Maria Mula Manca e Zé Menininho.

Cambraia, um preto de alma e vestimenta branca, inofensivo; perambulava a cidade com o seu grito comercial: “O jornal de Natal”; uma boa alma, uma figura inofensiva, que pouco falava; paciente com aqueles que tentavam imitá-lo e irritá-lo. Seus gritos já faziam parte e se integravam aos ares da pacata cidade dos Reis Magos.

Maria Mula Manca, pedinte, com seu cajado, seu amuleto que servia também como arma para afastar a meninada que a xingasse. Chegou a ser fotografada abraçada com candidato ao governo do Estado. Deu resultado! Deu voto! Em outra passagem política, conta a história, que MMM fez uma aposta que se o seu candidato perdesse a eleição para o governo do Estado iria embora de Natal e jamais voltaria; perdeu a aposta e sumiu. Nunca mais voltou. Mulher de palavra!

O sanfoneiro Zé Menininho, com seu pequeno e rude fole (instrumento musical) , que corria os bares da cidade tocando sua música predileta: “Caixão de gás”, para tirar o sustento de sua família e ferir nossos ouvidos. Uma outra figura inesquecível, não sei seu nome; um violonista zarolho que sempre surgia nas noites, tocando ruim como ninguém o seu violino desafinado que só vendo.

Perdemos todas essas figuras emblemáticas e marcantes, de lembranças inapagáveis que a cidade os abraçou e que hoje fazem parte da sua rica e folclórica história.

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor

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