CAMPO DA SALGADEIRA –

Descortino e vislumbro, ao amanhecer de todos os dias, do meu ninho de morada do Edifício Anderson Abreu, na rua Jundiaí, Bairro do Tirol, com o centenário Estádio de Futebol Juvenal Lamartine (o JL). Palco memorável, inapagável e imortal do futebol potiguar.

O filme tem início e se desenrola desde a tenra idade, quando desbravava a mata fechada do morro (que alguns chamam de morro do estrondo), para escolher o melhor lugar para assistir aos clássicos entre ABC FC X América FC. Uma aventura inigualável e indescritível.

Foi com essa aproximação, com essa empatia e apego, que me despertou a vontade de seguir perseguindo a prática do esporte mais popular do mundo – o futebol.

Participava de todas as peladas nos campos arenosos nas ruas dos bairros de Tirol e Petrópolis; chegando também a frequentar e atuar no campo da Salgadeira (beira do rio Potengi,Alecrim), local chamado de “Sete Bocas”, nas proximidades da casa de Marinho Chagas, ainda um desconhecido para o mundo do futebol. O campo dependia do horário da maré: só existia na maré baixa, muito seca, quando formava aquela vasta extensão de terra dura, bem nivelada, que passava a ser usada e chamada de campo da Salgadeira; o campo da Salgadeira que ficou famoso por ter sido o nascedouro de Marinho Chagas, o melhor lateral esquerdo da Copa doMundo de 1974, na Alemanha.

Confesso, não sei se ainda existe o campo da Salgadeira. Sei bem que, naquela área, funciona hoje o horto florestal pertencente à Prefeitura da cidade.

Hoje, reporto momentos de saudades e lembranças inapagáveis e inesquecíveis que por lá passei no início da minha jornada de jogador profissional de futebol.

Saudade: sentimento de ausência.

 

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor,  [email protected]

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