Um cãozinho é o xodó do pelotão de guarda do Centro Administrativo, em Natal. Capitão, como foi batizado, não tem raça definida, vivia nas ruas e foi acolhido pelos agentes que garantem a segurança do local.
A acolhida ocorreu há três anos. O cãozinho vivia com uma moradora de rua, que faleceu. De acordo com a Polícia Militar, ele passou a frequentar a garagem onde fica o carro oficial do Governo do Estado. Foi por lá que os caminhos do cão e da Polícia Militar se cruzaram.
A Coronel Margarida, coordenadora de segurança da governadora, resolveu acolher o animal. “Nós trouxemos aqui para o pelotão para ele passar por alguns dias até ficar mais forte. Ele não foi mais embora, cativou a todos nós”, afirmou a militar.
O nome Capitão veio justamente porque no pelotão não existia nenhum nesse posto. Os militares batizaram o animal, que passou a acompanhar os militares nas atividades. Ele não foi treinado, mas a proximidade com os agentes de segurança fez com que ele desenvolvesse um “instinto policial”, como classificado pelos “companheiros”.
“Ele passa em todos os postos do Centro Administrativo, fica com os policiais e tem uma postura que parece que é um militar”, afirma a Coronel.
Como veio da rua, os militares não sabem sobre qual a idade do “Capitão”. Até pela falta de informação, ele não faz parte do canil oficial da Polícia Militar, mas não deixa de ajudar nas atividades do dia a dia.
“Capitão chegou aqui e, durante o tempo de interação, ele foi se adaptando com o nosso mundo (da Polícia Militar) e, incrivelmente, ele criou essa postura naturalmente. É nosso orgulho”, afirmou o sargento Nazário.
Além das suas atividades “laborais”, Capitão também chama atenção do público infantil, que muitas vezes pedem fotos junto ao animal. Dócil, se relaciona bem com os pequenos e também com os que ainda estão pra chegar, como quando uma das militares, a Sargento Viviane, estava grávida.
“O Capitão sempre foi muito carinhoso, sempre deu atenção. Na época que eu estava grávida, eu ficava nessa recepção. Ele sempre subia e ficava com a cabeça encostada na minha barriga. Sempre foi muito carinhoso. Ele parecia que sabia que tinham duas crianças ali”, afirmou a militar.
Capitão está com todas suas vacinas em dia e é acompanhado por uma veterinária. Todos os custos para a manutenção do seu bem-estar são custeados pelos próprios militares, cerca de 68 que compõem a guarda do Centro Administrativo.