CARTA À PAPAI NOEL –
Meu bom velhinho, estar aproximando-se o dia de mais uma visita sua as crianças, não sou mais uma delas, não faço mais as minhas cartinhas para pedir presentes, mas, ainda tenho na lembrança aqueles dias felizes.
Papai comprava roupa nova para todos os filhos, teríamos que ir à missa do galo no Convento Santo Antônio ou na Igreja Matriz, ficava ou ainda ficam perto as duas Igrejas.
De volta para casa tinha um jantar diferente (na época), papai comprava passas, uvas, maçãs, peras, castanhas do Pará, biscoitos e doces que só apareciam nos finais de ano.
Mamãe cuidava dos afazeres domésticos, arrumar a casa, vestir a meninada, os mais velhos ela supervisionava, do peru que era assado no forno da padaria, deixando tudo ok. Éramos sete, veja o trabalho que ela tinha e ainda ajudava aos menores, fazer as cartas para o senhor pedindo os nossos presentes que eram colocados debaixo das nossas camas. No outro dia era aquela barulheira dentro de casa, cada um querendo brincar e mostrar os presentes.
O tempo passou Papai Noel, fiz parte de uma geração que ficou para a história em todo mundo, geração dos anos 50,60,70 revolucionámos o mundo nos costumes, nas artes, nos esportes. Aí me senti homem adulto e me casei. Constitui família e passei a lhe ajudar, já que tinha três belas crianças. O tempo passa e com ele caminhamos sempre. As crianças cresceram, e me deram três lindos netos. Continuamos a reverenciar a sua imagem, sem esquecer o principal, o nascimento do Menino Jesus que veio ao mundo para nos salvar e mostrar os caminhos éticos e morais.
Mas o que me impressiona Papai Noel é que estamos para entrar no ano 2021 e a humanidade continua a mesma daquela época, explorando, saqueando e matando, matando para roubar, matando de fome. O mundo virou um mundo cruel a onde os ensinamentos de Cristo são desrespeitados por aqueles que se diz ser o representante de Cristo.
É meu bom velhinho, hoje estou velhinho como senhor, mas com muito menos energia, a idade aumentando e eu sentindo ás consequências, mas, com a consciência tranquila do dever cumprido. Lembrando São Paulo digo. Combato o bom combate, guardo a fé, minha corrida ainda não terminou, ainda me resta um pouco de tempo.
Mas porque esta minha carta? Para pedir ao senhor um mundo mais honesto, onde o homem se preocupe com mais valores morais, com mais respeito ao seu semelhante, principalmente aqueles que tiveram mais oportunidades nesta vida.
Uma boa viagem, e até outra oportunidade.
Guga Coelho Leal – Engenheiro e escritor, membro do IHGRN