CASA DE DRINK –
Natal, em épocas passadas e bem vividas, guarda histórias curiosas e animadas de Casas de Drinks. Local muito bem frequentado, sem brigas e sem ocorrências fatais.
Ambiente noturno de mais puro e gostoso divertimento, onde era coroado com belos espetáculos de striptease, com a participação das mais belas e formosas bailarinas.
Um desses bons lugares foi a Casa de Drinks – Nira Drinks, localizada no bairro de Neópolis. Muito conhecida e super frequentada.
Recinto pequeno, aconchegante, pouca iluminação, com um salão central, rodeado de muitas mesas e cadeiras, com destaque para um pequeno palco sub iluminado e cortinas em grená. Um bom serviço de bar, garçons bem receptivos e, o melhor, muitas garotas de belezas bem diversificadas.
Apesar do encolhido espaço interior, Nira Drinks se dava o luxo de possuir, no próprio ambiente, um miniapartamento para os seus frequentadores mais apressados e mais acessos fornicarem.
O local, muito solicitado e estratégico, só tinha uma inconveniência: era vizinho do bar e dividido apenas por uma fina parede de gesso.
Conta um velho amigo, frequentador assíduo, fã de carteirinha, cadeira cativa da alegre casa noturna, que em uma de suas muitas incursões, ao conquistar uma bela dançarina, convidou-a para fazer amor no reservado ninho de rolinhas. Pediu a chave e se dirigiu para o local do embate romântico/amoroso. Começou a organizar a operação, com todos os direitos a uma excitante e merecida preliminar. Logo chega o momento tão desejado de unir a fome com o desejo de comer.Tudo armado e bem armado. Entusiasmo total.
Na hora H, escuta o amigo um senhor grito e uma bruta pancada no balcão do bar: duas doses de Ron Montilla com bastante gelo e uma Coca-Cola. Em seguida: um filé com fritas e uma dose de uísque com pouco gelo; duas cervejas Bhrama, uma jarra de água de coco; um balde de gelo, uma dose dupla de Martini, rápido. As pancadas no balcão e as vozes estridentes de um bom tuíte ressoaram bem dentro dos meus tímpanos e no pequeno recinto amoroso, chegando a estremecer a cipoadeira, atingindo profundamente o corpo cavernoso do meu catano. A ação inesperada causou uma mudança estranha e inibitória no meu comportamento emocional e excitatório. Comecei a suar frio e percebi um freio em ABS na arma maior e responsável pelo ato copulatória. O boneco murchou e voltou a sua real insignificância. Tudo foi por águas abaixo, apesar de várias tentativas em vão. O que realmente cresceu e aumentou foram, sim, os insistentes gritos e as pancadas dos garçons em meus ouvidos e na minha alma, tirando o total desejo de executar a minha tão desejada noite de um belo e gostoso embate concúbito.
Infelizmente, nada aconteceu de bom naquela minha noite de gala (nem saiu), disse o amigo, super frustrado e tristemente encabrunhado.
Berilo de Castro – Médico e Escritor – [email protected]