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Caso Marielle: 101 dos 129 que votaram para soltar Chiquinho Brazão integram bancadas ‘do Boi, da Bala e da Bíblia’

A cúpula menor, voltada para baixo, abriga o Plenário do Senado Federal. A cúpula maior, voltada para cima, abriga o Plenário da Câmara dos Deputados.

As negociações frustradas nesta quarta-feira (10) para colocar em liberdade o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) – suposto mandante da morte de Marielle Franco, em 2018 – tiveram um apoio importante de parlamentares das chamadas “bancadas BBB”: do Boi, da Bala e da Bíblia.

Dos 129 deputados que votaram pela soltura de Brazão, 101 fazem parte de alguma dessas bancadas – e 18 integram as três.

Entre as 106 ausências e abstenções (quem registrou presença, mas não votou) registradas, 66 foram deputados ligados “ao boi, à bala ou à Bíblia”. Nove deles defendem os três temas.

No caso dessa votação, as ausências e abstenções também favoreciam Brazão. Para manter o deputado preso, eram precisos 257 votos favoráveis. O placar teve 277 votos “sim”, 20 a mais que o mínimo.

O levantamento foi feito pelo g1 cruzando a votação no plenário da Câmara, na noite de quarta, com as listas de integrantes de três bancadas:

  • Frente Parlamentar Evangélica
  • Frente Parlamentar da Agropecuária
  • Frente Parlamentar Armamentista

 

A Câmara tem hoje 267 frentes parlamentares registradas, e cada deputado pode fazer parte de quantas quiser. Algumas dessas frentes, no entanto, são mais ativas e influentes que outras – é o caso das chamadas “bancadas BBB”, que ganharam força nas últimas legislaturas.

A força das bancadas, em números

A Câmara dos Deputados é composta por 513 parlamentares – mas o presidente, Arthur Lira (PP-AL), não costuma votar nos projetos. O placar desta quarta ficou assim:

  • 277 votos “sim” – para manter a prisão de Brazão;
  • 129 votos “não” – para soltar Brazão;
  • 28 abstenções – deputados que registraram presença, mas não votaram;
  • 78 ausências – deputados que não registraram presença nem votaram.

 

Entre os 129 que votaram “não”, ou seja, pela soltura de Brazão, 101 fazem parte de ao menos uma das três bancadas BBB (evangélica, agropecuária ou armamentista).

Há, nesse número, 18 deputados que votaram para soltar Brazão e fazem parte das três bancadas:

  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Carlos Henrique Gaguim (União-TO)
  • Carlos Jordy (PL-RJ)
  • Caroline de Toni (PL-SC)
  • Coronel Chrisostomo (PL-RO)
  • Delegado Éder Mauro (PL-PA)
  • Dr. Frederico (PRD-MG)
  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
  • Evair Vieira de Melo (PP-ES)
  • General Girão (PL-RN)
  • Giovani Cherini (PL-RS)
  • José Medeiros (PL-MT)
  • Lafayette de Andrada (Republicanos-MG)
  • Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP)
  • Magda Mofatto (PRD-GO)
  • Sanderson (PL-RS)
  • Vermelho (PL-PR)
  • Ze Vitor (PL-MG)

 

Já entre os 106 que não compareceram ou se abstiveram, 66 estão nas bancadas “do boi, da bala ou da bíblia”. Nove gabaritaram, ou seja, estão nas três frentes parlamentares:

  • Arthur Oliveira Maia (União-BA) – abstenção
  • Domingos Savio (PL-MG) – ausente
  • Emidinho Madeira (PL-MG) – ausente
  • Gilberto Nascimento (PSD-SP) – ausente
  • Greyce Elias (Avante-MG) – ausente
  • Julio Cesar (PSD-PI) – ausente
  • Lincoln Portela (PL-MG) – ausente
  • Moses Rodrigues (União-CE) – ausente
  • Pedro Lupion (PP-PR) – ausente

Brazão segue preso

A Câmara decidiu nesta quarta, por 277 votos a 129, manter preso Chiquinho Brazão. Ele cumpre prisão preventiva desde o dia 24 de março como um dos três supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no centro do Rio, em 2018.

A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes e respaldada por unanimidade pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Constituição prevê, no entanto, que prisões de parlamentares no exercício do mandato têm de ser submetidas aos plenários da Câmara (em casos que envolvem deputados) ou do Senado (em casos que envolvem senadores).

Ao longo da última semana, partidos de centro e de direita se mobilizaram para tentar derrubar a prisão – dizendo que a prisão seria “arbitrária”, ou “mal justificada”, e representaria um suposto ataque do STF às prerrogativas dos parlamentares.

Fonte: G1

Ponto de Vista

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