Sejam bem-vindos ao alfabeto e à escrita o K, o W e o Y. Era hipocrisia não inseri-los no contexto. Mas, o problema educacional dos povos de língua e linhagem camoniana não reside na ortografia. E sim na fome, no desemprego, na violência, na corrupção, nas diferenças sociais e raciais. As nações que falam o português lidam com o subdesenvolvimento econômico. Portugal, ainda se salva, porque integra a comunidade europeia. Contudo, dela ainda é o primo pobre. Quanto ao Brasil, de todas as carências que já ouvi falar, ao longo do tempo, nunca soube que o gargalo estava na ortografia. No vernáculo de palmo e meio dos muitos políticos pode até ser verdade. As academias brasileiras de letras, habitadas majoritariamente de sexagenários a octogenários, todos iniciarão, em breve, o lento e fatigante retorno às aulas para a competente reciclagem.
Será que o mesmo acontece nas ortografias do alemão, do francês, do inglês, do espanhol ou do italiano, só para ficar por aqui? Ou o que ocorre com os compatrícios são frutos das estações, das safras e entressafras (tem hífen?). Será que a língua portuguesa, tão antiga, ainda não atingiu a plenitude como ciência? A tal ponto que a gramática viva precisando de reparos, como se tudo aquilo escrito e publicado, anteriormente, esteja errado?
Por isso, entendo inócua e pífia, essa minirreforma ortográfica na escrita do já tão difícil idioma pátrio. Foi no governo de Luiz Inácio. O então presidente, que não escreve porra nenhuma, não estava nem aí! Jamais cometerá erros ortográficos. Os seus tropeços acontecem exclusivamente na oralidade. O melhor, é que o povo gosta. E também não vai dar a mínima para acento, trema e hífen.
Acima do efeito purificador ou purgador do vernáculo, a minirreforma ortográfica parece mais uma trama bem urdida para faturamentos imediatos. A Última Flor do Lácio vai ficar inculta e feia…