DA ESCALADA DE MONTANHAS IMPROVÁVEIS – José Delfino

DA ESCALADA DE MONTANHAS IMPROVÁVEIS – Pra nós mortais, em nossos guetos, é assim. Apesar de, pra ser confirmada a regra, também ter quem não concorda: a gente só vive no coração e na mente daqueles que nos querem bem. Por duas gerações, apenas. O resto se evapora no nosso conceito de “tempo”, adaptado ao […]

DA MINHA NATUREZA AÉREA – José Delfino

DA MINHA NATUREZA AÉREA – Ah, esses homens intrépidos vestidos em seus uniformes de gala , adornados com quepes, óculos ray-ban escuros, bigodes démodé a la Erroll Flynn, que a natureza e a vaidade humana permitem, e suas máquinas voadoras. Os ecos dos ruídos mansos dos teco-tecos ( os “desinteira-famílias” , como chamava seu Esaú […]

DE RACIOCÍNIO PERIFÉRICO SOBRE OS QUE EXCRETAM A ESMO – José Delfino

DE RACIOCÍNIO PERIFÉRICO SOBRE OS QUE EXCRETAM A ESMO – Negócio o seguinte: essa onda de exposições ao vivo de corpos nus excretando imensos bolos fecais em demonstrações escatológicas ambulantes com conotações eróticas, ditas de protesto (com todo o odor do indol e do escatol que o ar suporta e tem direito), vai da observação […]

DE PERSPECTIVAS UM TANTO EMOCIONAIS – José Delfino

DE PERSPECTIVAS UM TANTO EMOCIONAIS – Auto cognominados estamos os animais “racionais e inteligentes”. Nossos horizontes são limitados por ideologias. Inseridas estão elas em nossos diversos sistemas sociais. Conceitos ditos “existenciais” estariam, cada vez mais, a perder o lado místico e a se relacionar mais a processamentos de dados, de uma forma cada vez mais […]

DE COISAS QUE NÃO ME ARREPENDO – José Delfino

DE COISAS QUE NÃO ME ARREPENDO – Do medo de fazer as coisas, taí uma delas. A gente diz que não liga, mas liga. Tá no nosso subconsciente. Faz parte do inconsciente coletivo. Arraigado está no atavismo genético que rege tudo, até o instinto de sobrevivência em cada um de nós. O que faz o […]

A DITADURA DAS CALORIAS – José Delfino

A DITADURA DAS CALORIAS – Às vezes penso como é encarada a relatividade do comportamento das pessoas às mudanças de imagens ao longo do tempo. Lembram da diferença da anatomia dos corpos retratadas em pinturas na era barroca e na atual ( sendo Botero uma honrosa exceção) ? Me fica sempre a impressão de uma […]

O SINISTRO DAS HORAS – José Delfino

O SINISTRO DAS HORAS – O maldito celular deu ocupado, o som feito repetidas reticências, indiferentes à minha angústia. O relógio voltou atrás no tempo… O estranho é que passei a pensar diferente. Entenda, eu não vou fazer você arruinar mais os seus dias: só queria lhe dizer isto. Não tem mais volta. Como “não […]

DE SAÚDE PÚBLICA – José Delfino

DE SAÚDE PÚBLICA – Inda bem que não fomos nós. No imbróglio do “Mais Médicos”, me pareceria que o governo cubano antecipou a matança do porco. Encarou o óbvio. Desistiu rápido do grande prêmio, como saída honrosa. De véspera. Apostou no “quanto pior, melhor “, para nós. De “motu proprio”. Um “magnum principium” deles, cuja […]

O HOMEM QUE CALCULAVA – José Delfino

O HOMEM QUE CALCULAVA – Recebi a notícia da sua morte, faz uma semana. Viveu exatos 92 anos. Trocamos cartas por quase quatro décadas. Parte da última, não respondida, já um tanto sintomática: “Desde Janeiro deste ano mudei de endereço. Estou num asilo para idosos. Eles aqui tomam conta muito bem de mim. Quando aqui […]

MINIMALIZANDO – José Delfino

MINIMALIZANDO – Não é nada, não. Só praticando um breve exercício “calistênico” tentando me adaptar aos textos curtos e impacientes da Internet. Como dizia o meu professor, o psiquiatra Severino Lopes, tudo é “trenno” na vida, meu filho, aquele som peculiar que ele emitia , ao invés de “treino”. E que a gente gozava à […]

DE ZORRA ZAMBEMBE – José Delfino

DE ZORRA ZAMBEMBE – Na prática, é difícil arquitetar o nosso próprio destino. Por acaso a gente vem, vê , e com muita persistência e alguma sorte, faz conquistas. Muitas variáveis fogem de controle. Viver a vida perigosamente não se quer, mas é inevitável. O presente é a incógnita que sempre se confunde e se […]

NOITE ADENTRO – José Delfino

NOITE ADENTRO – Depois de cessados o prazer e a tormenta das coisas distantes ou extintas, como objetos e utensílios que povoaram um dia os recantos da nossa casa; ou os entes queridos vivos ou mortos que aconteceram em nossas vidas; é normal a lembrança deles. O improvável (ou até impossível ) desejo de tornar […]

EM FUNÇÃO DO QUE ME DIZEM E QUE EU ACHO – José Delfino

EM FUNÇÃO DO QUE ME DIZEM E QUE EU ACHO – Não me admiro, ou esquento muito, com o que me vem à cabeça. Nem com a dúvida que vem junta. Me deparei, agora mesmo, pensando se realmente gosto de “esportes de massa”. Claro que gosto. Apesar de “esporte” ser um termo relativo e todo […]

DE PEQUENOS PECADOS – José Delfino

DE PEQUENOS PECADOS – A cada um os seus desejos. Questão só de imaginá-los. O que me parece essencial para dar ânimo à vida. O princípio basilar da ética da convicção, se é que isto existe. Max Weber e Hegel já tocaram no assunto. Não vou dissecar o tema por simples e mera incompetência. É […]

DE QUARTAS DE FINAL – José Delfino

DE QUARTAS DE FINAL – Escrever um conto parece ser fácil. Quem lê, nem adivinha a dificuldade. Nem o efeito das circunstâncias ao redor dele. Fui pro editor de texto com o argumento na cabeça já bem estruturado, LIGEIRA PAUSA PRA ARRUMAR A IDEIA, e comecei a digitar: “Fazia um calor dos diabos. Mal abri […]

EU, VASCO MOSCOSO DO ARAGÃO – José Delfino

EU, VASCO MOSCOSO DO ARAGÃO – Voltei à Grã-Bretanha, país onde vivi uma diminuta parte da minha vida. Agora, numa excursão “carneirinho”, compatível com a minha idade. Dessas programadas de antemão nos mínimos detalhes restando ao usuário só concordar com o que vai dizer o guia, mas nem sempre (por mais erudito que ele possa […]

DE TENTATIVAS VÃS – José Delfino

DE TENTATIVAS VÃS – Tudo o que se escreve já foi escrito. Singular só a interpretação de quem lê a partir da forma como se vê o tema de novo exposto. Às vezes a abordagem é dolorosa e pungente e, apesar de pouco ter o que atenue ou suavize a sua intensidade e crueza, comove. […]

CONVERSA PRA ENCHER LINGUIÇA – José Delfino

CONVERSA PRA ENCHER LINGUIÇA – Gosto muito do bate-papo dos dedos, nas linhas do tempo dos computadores caseiros. Não me refiro àqueles em que o cara provoca, e você acontece estar plugado e as argumentações vão e voltam quase ao mesmo tempo; às vezes, de forma não tão polida ou educada, mas àqueles que passam […]

DA SORTE EM ESSÊNCIA – José Delfino

DA SORTE EM ESSÊNCIA – Cada um sabe de si e onde o seu sapato aperta. Eu pretendia, acho, talvez, vir a ser um violonista clássico. Viver toda a minha vida com aquelas curvas femininas repousando em meus braços encantando o mundo afora a espantar, em vã tentativa, os demônios do meu dia-dia-dia em recitais […]

AS PARALELAS DO TEMPO – José Delfino

AS PARALELAS DO TEMPO – Coisas como o dólar paralelo (que quando dou uma de turista, me faz sofrer), as conversas paralelas (que eu já nem ligo, de tão acostumado estou a elas), os universos paralelos (para onde a mente viaja quando leio livros ou vejo filmes de ficção científica), as escolas paralelas onde são […]