Cerca de 100 pessoas estão desaparecidas desde segunda-feira (12) na República Centro-Africana na sequência de um naufrágio de uma embarcação no Rio Ubangui.
O naufrágio ocorreu perto da localidade de Modalé, a 125 quilômetros de Bangui, capital do país, depois da explosão do motor da embarcação, que provocou um incêndio a bordo, explicou um responsável da força naval centro-africana, que pediu o anonimato.
As autoridades do país acrescentaram que o naufrágio da barca ocorreu na segunda-feira, mas só foi comunicado hoje (15).
Em um país assolado, desde 2013, pela violência entre as diferentes etnias e onde os poderes administrativos abandonaram regiões inteiras, a falta de meios impediu os serviços estatais de enviar qualquer tipo de socorro para ajudar os passageiros da embarcação Nova Jerusalém, que saiu do porto fluvial de Bangui para descer o rio.
“Pelo menos 80 pessoas entraram [na barca] em Bangui. Outras entraram ao longo do percurso, o que eleva a mais de 100 o número de passageiros”, disse a fonte da força naval, acrescentando que “foi depois de Modalé que o motor se incendiou e explodiu, por razões ainda desconhecidas. As chamas propagaram-se para toda a embarcação, obrigando os passageiros a jogaram-se no rio, sem meios de salvamento”.
Até agora, “só um corpo, uma criança, foi retirado das águas e transferido para Bangui, junto com a mãe, uma das poucas pessoas que se salvou. É difícil determinar o número exato de desaparecidos. Não há nenhuma equipe de socorro”, disse.
As más condições da rede rodoviária centro-africana, com estradas impraticáveis durante a estação das chuvas, tornam a navegação fluvial um dos principais meios de transporte no país.
As embarcações que percorrem o Rio Ubangui e os rios centro-africanos são, normalmente, equipamentos velhos e em mau estado de conservação, frequentemente com superlotação de passageiros, mercadorias e gado.
Em setembro, pelo menos 80 pessoas desapareceram em um naufrágio no Rio M’poko, a sul de Bangui.