Mais da metade da população do Rio Grande do Norte se declara parda, segundo os dados do Censo 2022 sobre raça e cor, divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, o estado se destacou nacionalmente pelo aumento do número de pessoas que se consideram pretas e indígenas entre 2010 e 2022.
Mais de 302,7 mil potiguares se declararam pretos na pesquisa de 2022 – o aumento é de 82,3% na comparação com o registrado em 2010 – o segundo maior no país. O estado só ficou atrás de Roraima, que teve crescimento percentual de 86,6% na população preta.
Quando o assunto é a população indígena, o número mais que quadriplicou em 12 anos. O crescimento da população autodeclarada indígena foi 351,4% desde 2010 – o maior aumento do Brasil. Eram 11.724 pessoas em 2022 contra cerca de 2,6 mil no Censo anterior, feito em 2010.
Para se ter uma ideia, a média nacional para crescimento da população preta foi de 42,3% e para indígena, de 89%.
Apesar do crescimento, a população indígena representa apenas 0,35% da população potiguar, abaixo da média do Nordeste, que é de 0,6%. No caso da população preta, o percentual local é de 9,2%, também abaixo da média regional, que é de 13%.
População do RN por cor e raça no Censo 2022
Cor e raça | Número de pessoas | Variação na comparação com 2010 |
Branca | 1.304.317 | 0,1% |
Preta | 302.749 | 82,3% |
Amarela | 5.237 | -84% |
Parda | 1.680.960 | 1,1% |
Indígena | 11.724 | 351,4% |
Total | 3.302.729 | 4,3% |
Ainda segundo o IBGE, o Censo 2022 apontou que 40 cidades, ou 23,9% dos 167 municípios potiguares têm mais da metade da população branca. Esse é o maior número e percentual de municípios entre todos os estados das regiões Norte e Nordeste.
Toda a região Nordeste tem apenas 60 cidades com mais da metade da população autodeclarada branca, o que significa que o estado tem dois terços delas. Atrás do RN estão Pernambuco, com 8 cidades; Piauí, com 5; e Paraíba, com 4.
A maioria das cidades potiguares com maior parte da população branca fica nas regiões Seridó e Alto Oeste potiguar. Quatro municípios possuem mais de 60% da população branca, segundo o IBGE: Ouro Branco (65,7%), São Fernando (64,6%), Santana do Seridó (62,3%) e Jardim de Seridó (62,2%).
Embora a população do Rio Grande do Norte tenha crescido 4,3% entre 2010 e 2022, a quantidade de pessoas autodeclaradas brancas continuou praticamente a mesma, aumentando apenas 0,1% em 12 anos.
Ainda assim, esse grupo representa 39,4% da população no estado. Essa proporção é maior que a média da região Nordeste, de 26,7%.
O município com maior concentração de população preta foi Portalegre com 19,5%, bem acima do percentual estadual (9,2%). Ele foi seguido por Riacho da Cruz (15,8%) e Coronel João Pessoa (15,6%).
Monte das Gameleiras e Frutuoso Gomes apresentavam o menor peso relativo da população preta em sua população residente, com 2,9% e 3,3% respectivamente, seguido de Riacho de Santana (3,7%) e Ouro Branco (4%).
Já a população de pessoas pardas evoluiu 1,1% no Rio Grande do Norte. Os mais de 1,6 milhão de potiguares que se declararam pardos representam 50,8% da população total do estado. A proporção local fica abaixo da média regional, que é de 59,6%.
No país como um todo, a população branca caiu 3,5% em 12 anos. Já a parda subiu 11,9% – o estado não seguiu essas tendências.
A única queda registrada no estado foi na população amarela – aquela formada por populações de origem oriental, como japoneses, chineses e coreanos. Essa é cor ou raça com menor população no estado.
A redução foi de 84% na comparação a 2010. Pouco mais de 5,2 mil pessoas se declararam amarelas no Rio Grande do Norte. No país, a queda média dessa população foi de 59,2%, mas no Nordeste, a redução foi de 89%.
O IBGE ainda levantou a média de idade da população por cor e raça e apontou um alto índice de envelhecimento entre a população preta do Rio Grande do Norte, que possui a maior média de idade: 39 anos. A média estadual é de 34 anos.
Dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o número de brasileiros que se declaram pardos é maior do que o de brancos pela primeira vez desde o início da série histórica, iniciada em 1991.
A população preta também cresceu, assim como os indígenas. Enquanto aqueles que se identificam como brancos voltaram a cair, seguindo a tendência dos últimos anos. Já o percentual de amarelos caiu em relação ao Censo de 2010, mas voltou ao mesmo patamar de 30 anos atrás.
Segundo o IBGE, o pertencimento étnico-racial é investigado respeitando o critério de autoidentificação do cidadão. Isso significa que cada pessoa entrevistada responde a sua percepção sobre a sua cor ou raça e sua percepção sobre como os outros moradores da residência se autoidentificam.
No caso da população indígenas, ainda que uma pessoa respondesse outra cor na pergunta de cor ou raça, ela poderia informar que se considerava indígena. Segundo o IBGE, a medida permite a “múltipla identificação étnico-racial de pessoas indígenas”.
O Censo é uma pesquisa realizada pelo instituto para fazer uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira. Ela permite traçar um perfil socioeconômico do país, já que conta os habitantes do território nacional, identifica suas características e revela como vivem os brasileiros.
Fonte: G1RN
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