Mais de 30% da população de Natal mora em imóveis alugados, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A proporção é a maior entre as capitais do Nordeste e a quinta maior no país.
Com 31,4% de pessoas morando em imóveis alugados, a capital potiguar só ficou atrás de Florianópolis (36,4%), Palmas (34,9%), Goiânia (34,3%) e Brasília (33,2%).
Enquanto 71,25% da população brasileira respondeu que morava na casa própria (pertencente a algum dos moradores), no Nordeste, o percentual foi ainda maior: 75,75%. Já na capital potiguar, a proporção foi de 63,46% da população.
Em Parnamirim, na região metropolitana de Natal, o percentual dos habitantes que vivem de aluguel foi ainda maior: 32,34%.
Entre 2000 e 2022, excluídas outras condições, o percentual de moradores em domicílios próprios diminuiu no Rio Grande do Norte e nos municípios analisados. No estado, o percentual caiu de 78,8% em 2000 para 73,8% em 2022. Em Parnamirim, a redução foi ainda mais expressiva, de 80,4% para 65,0%, e na capital, de 77,9% para 65,2%.
Por outro lado, o percentual de moradores em domicílios alugados aumentou em todos os locais analisados.
Entre os municípios potiguares, Ruy Barbosa registrou o maior percentual de moradores em domicílios próprios (90,83%), seguido por Pedra Preta (89,84%) e Jundiá (89,15%). Esses municípios apresentaram baixos índices de imóveis alugados, reforçando o predomínio da propriedade como condição de ocupação.
Em contrapartida, Caicó apresentou o menor percentual de moradores em domicílios próprios (61,48%), seguido por Serra Negra do Norte (63,58%) e Pau dos Ferros (64,51%).
“Esses dados refletem o contraste entre as localidades menores, onde predominam domicílios próprios, e os grandes centros urbanos, marcados por maior dependência do mercado de aluguel, possivelmente em virtude das diferenças sociais e econômicas, além da heterogeneidade do mercado imobiliário”, considerou a análise do IBGE.
Segundo o IBGE, no RN, 92,76% dos domicílios particulares permanentes ocupados possuíam paredes externas de alvenaria ou taipa com revestimento, superando as médias, nacional (87,91%) e do Nordeste (88,33%).
Entre os municípios potiguares com mais de 100 mil habitantes, Natal e Parnamirim registraram os maiores percentuais, ambos com 94,49%. Por outro lado, Mossoró apresentou o menor percentual de paredes com revestimento (90,69%) e o maior de alvenaria sem revestimento (8,61%).
Em São Gonçalo do Amarante, 92,26% das paredes tinham revestimento, enquanto 7,39% eram de alvenaria sem revestimento. O uso de outros materiais, inclusive reaproveitados, não superou 1% em todo o estado.
Em 2022, os moradores em domicílios com 6 a 9 cômodos representaram o maior grupo populacional. No Rio Grande do Norte, 47,20% dos moradores viviam em domicílios dessa categoria, superando a média nacional (44,41%) e do Nordeste (46,12%).
Entre os municípios analisados, Parnamirim teve o maior percentual (48,61%), enquanto São Gonçalo do Amarante registrou a menor proporção (41,05%). Natal destacou-se com o maior percentual em domicílios com 10 cômodos ou mais (10,19%).
Ipueira liderou entre os municípios do Rio Grande do Norte com o maior percentual de moradores em domicílios com apenas um morador por dormitório (26,09%), seguido por Venha-Ver (24,55%) e Olho D’Água do Borges (23,99%).
Natal, com 22,95%, ficou em quinto lugar nessa classificação. Por outro lado, Senador Georgino Avelino registrou o menor percentual nessa condição (10,00%), seguido por Vila Flor (10,62%) e Pedra Preta (11,35%). Esses municípios apresentaram maior concentração de moradores em domicílios com mais de dois moradores por dormitório.
“A variação entre os extremos do estado destaca diferenças nas condições de moradia, elementos culturais e condições socioeconômicas que podem ter influenciado a densidade por dormitório”, considerou o IBGE.
Parnamirim registrou o maior percentual de moradores em domicílios particulares permanentes ocupados com presença de máquina de lavar roupa, alcançando 76,78%. Em seguida, Natal apresentou 69,01%, São Gonçalo do Amarante 62,51%, Extremoz 61,48% e Mossoró 50,12%.
Por outro lado, os menores percentuais foram observados em Japi, com 13,19%, Messias Targino, com 13,05%, Marcelino Vieira, com 11,58%, João Dias, com 9,03%, e Água Nova, que registrou apenas 7,91%.
Sobre os domicílios com acesso à Internet, Parnamirim liderou com o maior percentual de domicílios particulares permanentes ocupados com conexão à Internet, alcançando 95,34%. Em seguida, destacaram-se São José do Seridó (93,77%), Areia Branca (92,93%), Mossoró (92,62%) e Caicó (92,6%).
Na outra extremidade, os menores percentuais foram registrados em Parazinho (71,16%), Lagoa de Pedras (69,66%), Espírito Santo (67,89%), Monte das Gameleiras (66,26%) e Sítio Novo, que apresentou o menor percentual (65,51%).
Fonte: G1RN
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