Fernando Jorge
E o nosso VERDÃO, no ano do seu centenário, como está?
Pois é.
Lembro-me, da minha tenra infância, em ir pela primeira vez ao velho Estádio Juvenal Lamartine nos anos idos de 1969, tão logo o meu Alecrim acabara de ser campeão estadual no ano anterior. Uma glória.
Quando aquele time entrava em campo (Bastos, Biu, Cândido, Miro e Anchieta. Pedrinho e Valdomiro. Zezé, Elson, Icário e Burunga. Técnico Pedrinho 40) a alegria enchia a minha alma e havia o orgulho em torcer por um time que jogava com elegância e com um futebol de primeira grandeza. Que saudade!
E o time bicampeão em 85 e 86? (César, Saraiva, Lúcio Sabiá, Ronaldo e Soares. Doca, Odilon e Didi Duarte. Curió, Baíca e Edmo. Técnico Ferdinando Teixeira)
Esse time, então, era de deixar os adversários perdidos em campo (como diz o nosso hino)
O tempo passou e nunca mais o nosso VERDÃO voltou a ser o mesmo. Infelizmente.
E o que fizeram com o patrimônio do clube?
Como fato histórico lembro-me que o Monsenhor Walfredo Gurgel, o então governador, cedeu para o Alecrim um terreno na Avenida Alexandrino de Alencar, para o clube montar sua nova sede. Em seguida, os dirigentes, na época, decidiram negociar parte da nova sede com um proprietário de um posto de combustível e com o dinheiro fundaram a sede campestre, do Alecrim, em uma área de 17 hectares, entre os municípios de Parnamirim e Macaíba. Lá, foi construído, além das áreas de lazer, como piscinas, restaurantes, praças para as crianças, um centro de treinamento para o time de futebol profissional. Dois campos oficiais, alojamentos, toda a infra-estrutura necessária que um clube necessita. Uma maravilha.
Nessa época, década de 80, o nosso VERDÃO possuía aproximadamente 10 mil sócios. Tempos áureos quando foi fundada a sede campestre. Ali sim, era um local para toda família Alecrinense, onde se podia passar o dia aproveitando as piscinas, campos, quadras”, relembro.
Mas, desde a última conquista do Alecrim, na década de 80, infelizmente, o clube vem atravessando sérios problemas financeiros. A sede campestre alviverde, foi quase toda vendida para pagar dívidas trabalhistas. Com isso, o clube foi vendo seu patrimônio diminuir e acabou comprando uma acanhada sede na rua dos Caicós, retornando ao bairro de origem. Foi o que somente restou como patrimônio.
Para ainda completar a obra de desgraças, neste último ano, o Alecrim teve até um dirigente de origem estrangeira em seu comando e que está sendo procurado pela polícia por lavagem de dinheiro. Uma lástima para manchar a nossa história de tantas glórias.
Quem torce para um clube de tamanha grandeza e com uma vasta história para o futebol do Rio Grande do Norte não pode desistir. Vamos manter a nossa chama acesa e confiar nos dirigentes que hoje estão à frente do Alecrim para que neste ano do nosso centenário o VERDÃO possa pelo menos terminar o ano sem qualquer mancha em sua história, já que o título de campeão não foi possível conseguir.
Eu continuo VERDÃO.
Fernando Jorge – Contabilista, Cidadão e Torcedor do Alecrim FC.
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