Na avaliação de líderes e dirigentes do partido, Bolsonaro insistiu em uma estratégia que acabou gerando provas contra si mesmo – apesar de todos os alertas feitos por aliados próximos.
Um líder do PL ouvido pelo blog avalia que Bolsonaro:
- está cada vez mais isolado;
- mantém apoio político basicamente dentro do partido;
- e até dentro da sigla, já começa a ser alvo de questionamentos.
Como exemplo, cita a declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que cada um é responsável pelos seus atos. Nessa segunda, Lira deixou claro que tem “CPF” diferente de Bolsonaro, evitando defender o ex-presidente e aliado.
Inelegível, mas sem prisão
Na avaliação do PL, Bolsonaro não deve escapar de uma condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter atentado contra o sistema democrático. O que, como consequência, tornaria o ex-presidente inelegível.
Ao mesmo tempo, o partido considera improvável o cenário em que Bolsonaro venha a ser preso pelas condutas de incentivo aos atentados. A avaliação é de que uma prisão daria ao ex-presidente uma imagem de “vítima”, acirrando ainda mais os ânimos entre bolsonaristas radicais.
Minuta é complicador
Os aliados de Bolsonaro avaliam que a revelação de uma minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres complica ainda mais a vida do ex-presidente.
Mesmo que Bolsonaro venha a negar ter conhecimento do documento, o que será sua estratégia de defesa, o fato é que a minuta acaba corroborando todo o discurso de tom golpista do ex-presidente durante o ano da eleição.
“Ele produziu provas contra ele. Primeiro, no discurso. Agora, essa minuta é uma prova concreta”, alerta um dirigente do PL.
Fonte: G1