CHAMAS DE FOGO NO PANTANAL –
“Estão queimando a casa delas!” … de um mateiro à repórter de tevê.
Primeiro a ararinha-azul da caatinga entrou no estado crítico no sertão nordestino, em razão da caça predatória dos humanos, agora a não menos cobiçada arara-azul enfrenta uma terrível tragédia derivada do homem. O fogo adentra a área de fazenda da São Francisco do Perigara, considerada a maior mata de proteção mundial de araras-azuis.
E a arara-azul-grande que chega a um metro do bico à ponta da cauda, constituindo-se o maior psitacídeo que se conhece, que são as famílias de papagaios e araras, típicos com bico alto e recurvado com cera na base e pés zigodátilos, isto é, com dois dedos voltados para frente e dois dedos para trás, tipo dos louros e pica-paus. Habitam região de vegetação subtropical, que predispõe secas prolongadas, logo propensa a incêndios. Imagina-se que alguns poucos milhares da população de araras-azuis povoem esta área do Pantanal, que está sofrendo com a extensa queimada que se prolonga em razão dos ventos. A fumaça e o fogo estão afetando os animais que fogem para não morrer, o IBAMA, os Bombeiros ambientais e a FAB estão envidando esforços para reduzir este dano ecológico. Biólogos na frente de avanço aos trabalhos se emocionam ao comentar o sofrimento dos animais que buscam se livrar das chamas e da fumaça. Indescritível.
O Instituto Arara Azul considera população em torno de 6 mil espécies livres na natureza, destes quase 700 araras-azuis-grandes se encontram no refúgio da Fazenda São Francisco. A prioridade dos brigadistas que se somam aos funcionários da fazenda é a de salvar o máximo de ninhos, além do controle das chamas. A vegetação nativa que se perde, em parte, vem sendo conservada pela diretriz da família de fazendeiros que desde 1960 procuram desenvolver um santuário para essas espécies raras ameaçadas de extinção.
Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais. Immanuel Kant