O início das buscas por vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho foi suspenso devido à forte chuva que atinge a cidade nesta segunda-feira (4). Os trabalhos já haviam sido interrompidos na tarde deste domingo (3) justamente por conta da ameaça de chuva.
Segundo o tenente coronel Anderson Passos, há risco para os bombeiros na principal área de buscas, chamada de zona quente, porque a perspectiva é de que o rejeito remanescente na barragem do acidente possa se desprender e se deslocar até o trecho de ação das equipes por conta da chuva.
Apesar de as buscas não terem começado, bombeiros fazem o sobrevoo da área atingida pela lama.
Até agora, 114 dos 121 mortos encontrados foram identificados. Há ainda 205 pessoas desaparecidas e outras 394 que foram localizadas com vida. Segundo a Polícia Civil, foi colhido material genético de 210 pessoas para ajudar na identificação de vítimas.
Trabalham no local mais de 454 homens, 14 cães farejadores além de 9 máquinas retroescavadeiras e anfíbias e 12 aeronaves. Desde sexta-feira (1º), quando o rompimento da barragem da Vale na Grande BH completou uma semana, a operação de resgate entrou numa nova fase e não tem data para acabar, segundo as autoridades.
No sábado (2), além das buscas, começaram as vistorias em barragens do estado e foi finalizada a 1ª estrutura de contenção no rio Paraopeba.
Desde o dia seguinte do rompimento da barragem não são achados sobreviventes. Para os bombeiros, é muito pequena a possibilidade de achar alguém vivo em meio ao mar de lama, que varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale.
Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. Por causa do número de mortos, o prédio do velório municipal não foi suficiente. Outros dois locais foram improvisados para receber as famílias.
Fiscais da Agência Nacional de Mineração, da Fundação Estadual do Meio Ambiente e da Defesa Civil começaram neste sábado (2) a vistoria da barragem Vargem Grande, da Vale, em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais. Esta é uma das 40 barragens de rejeitos consideradas de alto potencial de dano no estado.
Eles fizeram uma inspeção e analisaram os planos de segurança. A Vargem Grande é uma das barragens construídas à montante pela Vale. Ela tem 9,5 milhões de m³ de rejeitos. O que estourou em Brumadinho tinha 12 milhões de m³ de rejeitos.
A empresa anunciou, nesta semana, que vai paralisar as atividades lá e em outras nove barragens que ficam em Minas Gerais para realizar o descomissionamento, que é a desativação e retirada dos rejeitos da barragem, nos próximos três anos. Na realidade, a decisão de acabar com as estruturas foi tomada em 2016.
Fonte: G1
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