CIÊNCIA OU FILOSOFIA? SERIA ESSA A QUESTÃO? –
Se um filósofo é aquele que gosta do conhecimento e da sabedoria, o que dizer de um cientista?
Galileu Galilei no século XVIII, aplicou a metodologia das ciências experimentais, levando então a separação entre a filosofia e a ciência, surgindo assim as ciências biológicas, física, química e a astronomia. As ciências humanas como sociologia, economia e psicologia são mais recentes. Ficou bem definido a atuação de cada uma das áreas do saber. Enquanto a filosofia se envolve com tarefas na condução de problemas sem se preocupar com metodologias, avaliando a vida e a morte, o bem e o mal, a ordem e a liberdade. A ciência é experimental, metódica e empírica, necessitando de comprovação para validar uma verdade.
Filosofar não necessita experimentos nem metodologia e sua abordagem conceitual busca atingir assuntos permanentes numa sociedade, como as questões éticas, algumas vezes desconsideradas pela ciência.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), afirmou: “Quanto mais avançamos nos conhecimentos técnicos e científicos, mais imoral vai se tornando a humanidade”. Nem sempre os avanços das técnicas e dos conhecimentos desenvolvidos pela ciência, tornam melhor a humanidade. Esse é um fato bem evidente nas tragédias protagonizadas por avanços científicos.
Não podemos negar os grandes avanços da ciência, mas a forma como a humanidade administra esses avanços, é preocupante e as vezes incorretos. É aí que a filosofia ocupa seu espaço de forma livre e criteriosa, onde os problemas são vistos e associados a valores morais e éticos no que se refere à verdade, ao conhecimento, à mente e à linguagem.
O filósofo Michel de Montaigne (1533-1592), evidencia a importância da ciência, porém restringe sua área de atuação quando afirma “A ciência é coisa importante e útil, os que as desprezam demonstram estupidez. Ela não pode, no entanto, nos tornar sensatos”.
O cientista Albert Einstein com sua Teoria da Relatividade, baseou-se em conceitos e raciocínios indutivos e também filosóficos, isso não impede que a ciência avance com essas características, no entanto todas elas estão na dependência de uma comprovação. No caso específico isso ocorreu somente em 1919 quando outros cientistas comprovaram o desvio da luz em um eclipse solar, confirmando a teoria de Einstein, fato esse ocorrido na cidade de Sobral no Ceará.
Ciência, ciência, ciência, repetia insistentemente até pouco tempo um de nossos ministros, tentando afirmar uma verdade cujo embasamento não havia comprovações fundamentadas e consequentemente sempre contestadas. Associada a tudo isso milhões de pessoas desesperadas corriam para um lado e para o outro, sem saberem em quem acreditar. A tragédia só aumentando o sofrimento pela doença e a morte iminente, eram desesperadoras. Pouco se conhece sobre a repercussão e o combate à doença, além da impotência dos que tentam uma saída baseada em evidências observacionais, quanto a resultados e riscos. Grandes forças econômicas e políticas proíbem o combate à doença sem uma comprovação acadêmica e protocolar, o que torna-se impossível diante da velocidade de contaminação em progressões geométricas e incapacidade de acolher todos ao mesmo tempo. Muitas perdas humanas e econômicas serão irreparáveis. Será que poderiam terem sido evitadas? Será que a humanidade foi manipulada por interesses políticos ou financeiros? Jamais creio que teremos essas respostas comprovada, no entanto sabemos que baseado-se em dados observacionais e históricos de ações terapêuticas bem avaliadas, poderiam terem sido minimizados muitos sofrimentos e perdas humanas, se não tivéssemos acreditado na burocracia dos protocolos científicos e o sub-jugo político e econômico.
A incerteza é inerente à ciência e dessa forma devemos duvidar sempre. Quando essa verdade é exaltada repetidamente por aqueles que se dizem convictos, aí é que devemos duvidar, pois quando a verdade é real ela se alto comprova com sua absorção pelo tempo. É simplesmente assim. A insistência na afirmação de uma verdade gera uma insegurança, como sendo uma verdade temporária. As estatísticas e as manipulações dos números e a consequente interpretação dos dados, podem mudar uma verdade, transformando-a numa pseudo verdade com interesses próprios e não comunitários. O belo do conhecimento e da verdade científica é o benefício a uma sociedade e o compartilhamento com todos, promovendo um mínimo de sofrimento e de perdas humanas.
A ciência é um sistema de conhecimentos, que envolve verdades que devem ser testadas e comprovadas, enquanto a filosofia, analisa seus objetivos do ponto de vista totalitário, ou seja, num conceito amplo da visão dos fatos.
Maciel Matias – Médico mastologista, maciel.omatias@gmail.com
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