COBRAR MAIS IMPOSTOS DOS RICOS É A SOLUÇÃO? –

O tema tributação dos mais ricos está presente até nas agendas de bilionários lúcidos, que através de uma associação, defendem essa ideia.

Para Bill Gates, por exemplo, aumentar os impostos dos mais ricos seria a solução para diminuir a desigualdade social.

A amiga do Papa Francisco e de Bllg Gates, economista Mariana Mazzucato é professora de Economia da Inovação na University College London.

Ela considera que a crise desencadeada pela pandemia de covid-19 é uma oportunidade de “fazer um capitalismo diferente”.

Defende a importância dos investimentos do Estado nos processos de inovação.

A proposta mais recente em debate no G-20 é do economista francês Gabriel Zucman, propõe um sistema obrigando as pessoas mais ricas do mundo, cerca de 3 mil indivíduos com ativos avaliados em mais de US$ 1 bilhão, a pagar todo ano imposto de renda equivalente a 2% do patrimônio declarado às autoridades tributárias de seus países.

A proposta permitiria arrecadar quase US$ 250 bilhões por ano, mais que o dobro do volume de recursos que os países ricos prometeram em 2009 que iriam transferir anualmente às nações mais pobres para ajudá-las a enfrentar o aquecimento global.

No Brasil, discute-se o tema. Um imposto anual sobre a riqueza de até 5% sobre os super-ricos poderia arrecadar US$ 1,7 trilhão (R$ 8,90 trilhões) por ano.

O valor é suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza e financiar diversas ações de combate a fome,

A tese dos contrários ao tributo é que o dinheiro deve ser canalizado a investimentos privados, aumentando a demanda por mão de obra.

Essa visão omite a responsabilidade social do estado, em áreas não privatizáveis (não dão lucro), que deve também canalizar investimentos para atendimento do interesse coletivo.

Uma questão complexa!

2024 – nona enchente em Porto Alegre
Dramática a situação das inundações no Rio Grande do Sul.

A forte chuva trouxe consigo não apenas danos materiais e estruturais, mas também rastro de desolação e sofrimento para diversas comunidades estaduais, confrontadas com a cruel realidade de perderem lares, pertences e entes queridos.

Segundo estudos técnicos, as inundações devido à urbanização são causadas pelo desmatamento, intensificando o escoamento superficial, impermeabilização da área urbano, construção inadequada de diques, alteração dos cursos naturais dos rios, projetos ineficazes de captação da água pluvial (chuva).

No caso especifico de Porto Alegre há um detalhe: já ocorreram oito grandes enchentes em Porto Alegre, antes de 1941.

2024 é a nona vez.Um dos acontecimentos mais conhecidos da história de Porto Alegre e, em tempos de cheia do Guaíba, é a grande enchente de 1941.

Uma tragédia de proporções históricas e até os dias de hoje jamais repetida.

O episódio, contudo, não tratou de fato inédito na memória da capital gaúcha.

Registros históricos resgatados pelo Correio do Povo testemunham pelo menos outras oito grandes enchentes, que marcaram a história de Porto Alegre, todas anteriores a 1941.

Com a repetição da tragédia, Porto Alegre não precisa mais de alertas.

Resta o caminho de uso da tecnologia moderna para resolver as consequências dos danos para a sociedade de episódios destruidores como essas inundações.

As ações serão dos governos, mas também da sociedade.

 

 

 

Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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