COISAS DAS COISAS –
Com a tristeza batendo dentro de mim, por causa desta pandemia, ontem perdi um amigo e hoje uma amiga, sem inspiração para escrever, resolvi mexer nas minhas coisas antigas e encontrei vários jornais e escritos na minha juventude, descobri que eu e meu amigo Carlos Fernandes de Araújo Lima já fomos poetas em pelejas contra o nosso querido amigo Aurino Araújo, na Confeitaria Atheneu nos anos 70. Mas Aurino era imbatível. No Jornal Tribuna do Norte de 5 de outubro de 1996, vejo a crônica de Jota Epifânio, comemorando os seus oitenta anos – pensei que ia passar um século para fazer oitenta anos, mas, já estou perto. Que coisa danada hein? Mas vamos lá, continuando no mesmo jornal leio que Sergio Lima e Marco Rey, e respectivas esposas estão de viagem para a Europa, eu acho que eles não foram essa viagem porque esqueceram o “bubu” das esposas, eram crianças. Continuando a leitura e na mesma página leio a seguinte manchete: “Confeitaria Atheneu comemora dois anos de casa nova. ” Reportagem feita pelo jornalista Airton Bulhões, na qual ele diz –“ Ser “confeitarista” é um estado de espírito, pelas calçadas da Confeitaria Atheneu com mais de trinta anos de existência se conversa de tudo e se faz projeção de tudo” lá adiante, o jornalista diz que a Confeitaria já trocou de lugar duas vezes, e que nunca tinha fechado um dia, adiante cita nomes de confeitaristas que são muitos.
No jornal A Republica de 11 de novembro de 1958, leio uma reportagem em que meu pai é citado em letras garrafais – CLODOALDO MARQUES VESTIU-SE DO PASSADO e mais em baixo diz “ CHEGA CLODOALDO MARQUES LEAL. Quase a hora da projeção começar entrou Clodoaldo Marques ( Cloro da Farmácia Natal) vestido de jaquetão comprado a vinte cruzeiros por mês em Joca Lira, e chapéu de palhinha adquirido na casa “Natal Moderno” de Graciano Melo. Palmas entusiásticas recebeu dos presentes e indo sentar-se numa das poltronas das primeiras filas.” Em outro jornal, O JORNAL DE HOJE datado em 28 DE NOVEMBRO DE 2002, tem uma reportagem com a sempre bonita Luiza Maria Dantas cujo título é – Obra prima e em baixo um resumo: A pianista Luíza Maria Dantas homenageia alguns dos mais talentosos compositores potiguares como Tonheca Dantas, Oriano de Almeida, Paulo Lyra e Waldemar de Almeida num belo CD que será lançado hoje na Escola Domestica de Natal.
Nesta mesma edição o Doutor Odilon de Amorim Garcia escreve um belo artigo intitulado “ Memorias do Grande Ponto” em que ele fala sobre comércio e pessoas que frequentavam o Grande Ponto. Concluindo o seu artigo dizendo.
“Mas o tempo é implacável nas suas mutações. Velhos tempos! Quantas coisas a ser lembrada e relembrada num mergulho, que quase sem querer, damos no passado de nossas memórias.”
Guga Coelho Leal – Engenheiro e escritor, membro do IHGRN
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