COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS DA VIDA, COISAS DO DESTINO –
O DESTINO E A PREVISIBILIDADE
Destino, objetivamente, é o lugar para o qual decidimos ir, o local, onde queremos chegar, e, para isso, temos que definir o rumo.
Há pessoas que acreditam que o destino determina os acontecimentos durante toda a vida aqui na terra, e tudo ocorre, de acordo com a vontade de Deus.
Portanto, quando expressamos algo diferente disso, para definir uma coisa, como sendo, “sem destino”, é entendido que queremos falar de algo não determinado, sujeito a manifestações do acaso.
Lembro agora, que na década de 1960, época do movimento hippie, quando a juventude assumiu um comportamento coletivo de contracultura, destino, foi o “mote”, de um filme famoso.
EASY RIDER é o seu título em inglês, com tradução, SEM DESTINO, para o nosso idioma, e tem como tema central a história de dois motociclistas, que viajam pelos Estados Unidos, com o objetivo de alcançar a liberdade pessoal, a liberdade total, porém, sem ter o destino traçado, e sem saber onde encontrar essa liberdade, que daria sentido a vida deles.
Não lembro mais, muitos detalhes, e, vou aproveitar a lembrança do tema, para revê-lo.
Por outro lado, quando dizemos que alguém é o senhor ou o dono do seu próprio destino, estamos nos referindo a uma pessoa, que procura controlar o seu futuro, tomando todas precauções, que achar devidas.
Portanto, o caráter abstrato de destino, implica em diversas conceituações filosóficas, culturais, religiosas, entre outras, que permanecem desafiando estudiosos das mais diferentes tendências, fascinados e intrigados pela suas, também diversas, interpretações.
Nesse contexto, os filósofos acham que as coisas acontecem, por existir algo que seja o causador, redundando na teoria da casualidade, enquanto que as religiões creditam o destino às crendices nos seus Deuses ou Divindades.
Quanto a visão cultural, elas são as mais diversas, obviamente, decorrentes dos mais diversos costumes.
COISAS DO ACASO
É comum, mesmo nos dias atuais, muitas vezes, atribuirmos ao destino, o resultado de alguma coisa, em especial, quando ele é negativo, pois, quando é positivo, “foi por conta da sorte”.
“Foi coisa do destino”, na verdade, é uma expressão, que procura isentar, o autor, das causas do insucesso, pois lhe deixa confortável, por ter encontrado o motivo causador, parecendo-lhe retirar, das suas costas, a responsabilidade.
Mesmo sabendo, que não podemos controlar tudo na vida, cabe a nós mesmos decidir pelos melhores caminhos, para encontrar o nosso destino, não aceitando a ideia da predestinação, pois seria renunciar a tão sonhada liberdade, que é o sentido da própria vida.
VIDA
O que é filosofia de vida, senão a forma de viver ou uma maneira de se conduzir, para alcançar o destino?
Assim como o destino, a filosofia de vida pode ser influenciada por fatores sociais, econômicos ou políticos, e variam de acordo com o contexto de cada um deles.
No entendimento filosófico, a vida pode ser um conjunto de experiências e sensações, mas também pode ser, simplesmente, um processo de busca.
A filosofia busca compreender o significado e a essência da vida, porém a questão sobre o que é a vida, permanece em aberto.
Afinal, não é possível discutir a questão da vida, sem tratar dos aspectos éticos e morais, que deve ser o marco orientador do comportamento humano.
A vida, é um fenômeno complexo, e, portanto, decidir e fazer, são fundamentais, no processo para encontrar o sentido da vida, pois viver, implica sempre tomar decisões, quando fazemos as escolhas.
EXPEDITO – O DESTINO E A VIDA DE CADA UM
Já próximo das 10 horas da noite, imaginando estar, também, próximo de concluir a minha tarefa de escrever sobre destino e vida, escuto o celular “tocar”, e vejo no visor: EXPEDITO.
Fico alegre, com a coincidência, pois nada melhor do que conversar com um filósofo nato, que tem a experiência da vida como ensinamento.
Digo a ele: Expedito, que bom você ter me ligado, estou escrevendo sobre VIDA e DESTINO.
Qui coisa boa Dotô. A vida tá cheia dessas coisa de coicidência.
Será qui foi o distino qui mim feis telefoná agora?
Não sei, Expedito. De minha parte, acho que foi coincidência.
Apois é acim mermo.
Albertina, minha visinha so veve di dizê: Expedito, a vida é um mistero… Tudo o qui acontece na vida di quem tá aqui na terra, quem indetermina é a vontade de Deus.
Mais, eu num penso acim Dotô.
Si nois fô pô na conta do distino, tudo o qui acontece ou dexa de acontecê cum nois, ficava bom de vivê, apois nois num tinha nem impreocupação.
As minina da facurdade, chama isso de fatalidade.
Mais Dotô, uma pessoa qui num procura uma istrada ou uma vêreda, pra chega no seu distino, só pode dá cum os burro na água, purquê, num sabi prá onde ir.
É uma pessoa cem nosão.
O DESTINO, AS COISAS DA VIDA, E AS ESCOLHAS DE EXPEDITO
Dotô, derna de minino, qui mim criei iscutando qui “o distino a Deus pertence” e qui as pessoa “vão vivendo cumo Deus qué e cocente”.
Mais a vida, mim insinou muita coisa, qui as veis, achu inté ingraçado.
Purtanto, tem ora qui eu achu qui uma coisa, aconteceu purquê tinha di acontecê, e digo acim: “é coisa du distino”.
Mais, tem ora qui eu mim digo prá mim mermo: Expedito, si você num tivéce istudado cumo fazê esse trabáio, tinha si lascado.
Purtanto, si o cabra num fizé puronde, tá reiado. Num tem eça di distino, não.
Veija bem. Dus filho de mamãe e papai, eu sô o mais letrado, pois us ôtro num quizero istudá.
Entonce fui trabaiá no sítio e foi lá qui fiz minha vida.
Um dos irmão meu, num quis istudá, foi prá Sum Paulo, trabaiá nas construção, juntô dinheiro, butô uma padaria, e, di dinheiro, veve, talveis, mió du qui eu.
É o distino? Não. Foi o trabaio dele, foi a iscolha qui ele feis, qui deu serto.
Eça histora qui tá tudo iscrito, eu num concordo.
As decisão, as iscolha, as istrada, é qui são as coisa da vida. Os resultado, é qui são as coisa du distino.
Purtanto, nois tem qui isculhê o caminho serto.
COISAS DA VIDA? COISAS DO DESTINO?
Para participar da conversa, que estava se transformando num monólogo, pergunto: Expedito, e Cristina? Foi o destino que trouxe ela de volta?
Taí, Dotô. Si eu creditace em distino, eu ia dizê qui era.
Mais, cumo tombêm, sô temente a Deus, achu qui foi Ele qui uniu nóis ôtra veis.
Mais, num é só isso. Tivêmo qui vê, si eçe era o caminho serto, prá dicidir, prá isculhê.
Hoji, vivêmo cumo Deus qué e cocente, dando xute no vento.
Só si rindo de aligria.
Dotô, prá finalizá nosso papo, eu digo qui na vida, nóis tem o direito de isculhê o qui fazé, e o distino, é o resultado dessa iscolha.
As minina da facurdade, chama isso, de “livre arbítrio”.
Nisso, escuto a voz de Cristina: “mozinho”, vamos aproveitar esse tempo de chuva e vamos tomar banho no Gargaleira, que a agua deve estar bem friazinha!!!
Expedito, já na carreira, para atender o convite, diz: Dotô, agora, o meu DISTINO é o assude e a VIDA, seija o qui Deus quizé.
Inté mais vê, Dotô.
Daí, como ele não desliga o celular, ainda escuto dizer: trove a cachaça Extrema e os umbu?
Ao receber a resposta afirmativa, grita de alegria “só vorto prá casa di noite, adespois di curtí essa lua cheia”!!!!
Depois de ouvir as opiniões do filósofo Expedito, fico com a certeza de que reside nas escolhas da vida, o acerto ou desacerto das coisas do destino.
Antonio José Ferreira de Melo – economista antoniojfm@gmail.com
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